Bolsonaro culpa guerra e pandemia pela alta dos preços

Sarah Paes Especial para o Correio
postado em 10/04/2022 00:01

Em tom eleitoral, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), falou ontem no Paraná sobre a crescente inflação no preço dos alimentos no mundo e, em tom de crítica, indicou ser resultado da guerra na Ucrânia e das medidas tomadas pelos países na contenção da pandemia da covid-19.

"Já tem brasileiro voltando da Europa para o Brasil, o mundo todo agora está em uma inflação de alimentos, grande fruto do pós-pandemia, do 'fica em casa, a economia a gente vê depois', e também da questão da guerra entre Ucrânia e Rússia. O Brasil desponta no momento como o melhor país para fazer investimentos entre outras coisas", afirmou o presidente, mostrando confiança.

Segundo ele, a "locomotiva" da economia brasileira é o campo, que "não parou durante a pandemia". Em vídeo divulgado pelo Twitter, o chefe do Executivo defendeu que o Brasil, ao contrário de outros países que estão sendo afetados pela inflação, é o "melhor país para receber investimentos".

"Agricultura, primeira medida nossa com Ricardo Salles (ex-ministro do Meio Ambiente), acabamos com a indústria da multa no campo. A locomotiva da nossa economia está no campo. O campo não parou durante a pandemia. A cidade, em grande parte parou, com a política do 'fica em casa e o resto a gente vê depois'. As consequências vocês estão vendo aí", reforçou.

Gasolina

Depois de participar de uma missa no Santuário São Miguel Arcanjo, na cidade de Bandeirantes, Bolsonaro voltou a criticar governadores que, segundo ele, seriam os responsáveis pela alta dos combustíveis. "A gasolina no Brasil está cara? Está. Vejam a composição do preço, o ICMS", atacou o presidente. "O que interessa muito para nós, que é o diesel: quanto é o imposto federal no diesel? Zero. Eu zerei. Procure saber quanto é o ICMS", completou. "Procure saber quanto é a margem de lucro dos tanqueiros e dos donos de postos de combustíveis, se é justo ou não", sugeriu.

Bolsonaro ainda aproveitou para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no evento. "Um cara assumiu em 2003 e falou que ia fazer três refinarias, gastou R$ 100 bilhões e não fez nenhuma, e nós somos dependentes de importação de diesel e gasolina." O ideal, disse ele, é fazer refinarias: "Se tivéssemos feito pelo menos duas refinarias, seríamos exportadores de derivados de petróleo, não importadores".

E afirmou que vetou a Lei Paulo Gustavo para viabilizar recursos para o agronegócio e as Santas Casas. A lei rejeitada integralmente pelo chefe do Executivo destinaria R$ 3,9 bilhões aos estados, Distrito Federal e municípios para atenuar os impactos da pandemia da covid-19 no setor cultural. "Vetei porque, inclusive, estamos trabalhando aqui, precisando de R$ 2 bilhões para as Santas Casas e R$ 3 bilhões mais ou menos para a gente acertar o final do agronegócio dado às secas e outros problemas que nós tivemos. Esse dinheiro pode perfeitamente ir para lá", disse.

Ainda na sexta-feira, no aeroporto da cidade, centenas de apoiadores aguardaram o presidente que foi recebido ao som do público gritando a palavra "mito". O presidente também visitou a 60ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina — ExpoLondrina 2022.

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