Conta de luz sem sobretaxa até o fim do ano

Correio Braziliense
postado em 12/04/2022 00:01
 (crédito: Marcello Casal Jr/ABr)
(crédito: Marcello Casal Jr/ABr)

Depois da decisão do governo de extinguir a bandeira de escassez hídrica na semana passada, o diretor-geral do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), Luiz Carlos Ciocchi confirmou, ontem, que a conta de luz deve permanecer no mesmo patamar até o fim do ano, com bandeira verde (quando não há cobrança adicional).

A fala ocorreu em um encontro virtual com a imprensa para discutir o cenário do setor de energia elétrica após o fim do período de chuvas. Para Ciocchi, o brasileiro que usufrui de energia em sua residência não deve temer o aumento na tarifa de luz até o final deste ano, pelo menos. "Teremos um ano bom, bastante tranquilo, que não vai causar tanta dor de cabeça, tanta dor no bolso", disse.

A bandeira de escassez hídrica foi criada e adotada em setembro do ano passado. Na época, o governo anunciou que o país passava pela pior estiagem dos últimos 91 anos. A tarifa adicional de R$ 14,20 a cada 100 quilowatt/hora (Kwh) consumidos vigorou nas contas de energia elétrica por mais de sete meses.

Segundo Ciocchi, o volume das chuvas registradas desde o final do ano passado elevou o nível dos reservatórios e, por conseguinte, contribuiu para a decisão de retirar a tarifa adicional. Ele destacou que "Sudeste e Centro-Oeste terminam o período de chuvas no melhor nível desde 2012".

O diretor ainda complementou que a utilização das termelétricas será limitada às usinas inflexíveis, que são aquelas que não podem parar e que possuem uma capacidade em torno de 4 mil MW (megawatts). Durante os períodos mais críticos da seca em 2021, essas usinas, que necessitam de um custo maior para funcionar, em relação às hidrelétricas, respondiam por mais de 20 mil MW.

A opção por contratar usinas térmicas no ano passado, no entanto, não foi motivo de arrependimento para o diretor. "Na hora que tomamos a decisão, existia uma incerteza muito grande. Tínhamos duas escolhas: o arrependimento de contratar e o arrependimento de não contratar", afirmou. Ele ainda destacou que essas usinas deverão garantir, até dezembro de 2025, uma reserva de energia que era considerada necessária para uma recuperação de longo prazo.

*Estagiário sob a supervisão

de Odail Figueiredo

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