Mercado prevê inflação mais elevada

Correio Braziliense
postado em 27/04/2022 00:01
 (crédito: editoria de arte)
(crédito: editoria de arte)

O Banco Central voltou a divulgar o boletim Focus, com as previsões do mercado para a economia brasileira, após uma paralisação de quase um mês nas publicações, devido à greve dos servidores da autarquia. Apesar da leve melhora nas estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), as projeções não são animadoras, tanto para 2022 quanto para 2023, especialmente, as de inflação.

No relatório com previsões de 25 de março, a mediana das projeções para o Índice Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, estava em 6,86% para o acumulado no ano.

Em 22 de abril, data do boletim mais recente, a projeção passou para 7,65%. Essa taxa está acima do dobro da meta deste ano determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3,50%, com limite superior de 5%. Para 2023, as estimativas do mercado para o IPCA passaram de 3,80% para 4% em quatro semanas, acima do centro da meta, de 3,25%.

De acordo com as previsões, o BC deve descumprir a meta de inflação pelo sétimo ano consecutivo desde o início do regime de metas, em 1999.

As previsões do mercado para a taxa básica da economia (Selic), atualmente em 11,75% ao ano, também não param de subir. A mediana das estimativas para os juros no fim do ano passou de 13%, no relatório de 25 de março, para 13,25%, em 22 de abril. Para dezembro do ano que vem, a estimativa de 9% foi mantida.

Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, deverá anunciar nova elevação da Selic, de pelo menos um ponto percentual, para 12,75% ao ano. Apesar da sinalização do BC de que poderia parar por aí, analistas apostam na continuidade do aperto monetário iniciado em março de 2021, quando a Selic estava no piso histórico de 2% ao ano.

Pelas projeções do Credit Suisse, a Selic deverá chegar a 14% em agosto. Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, que prevê a Selic encerrando o ano em 13,5%, não descarta a possibilidade de patamares maiores para os juros básicos. "É provável que os juros possam ficar acima de 13,5%", admitiu.

PIB melhora

Nos relatórios represados do Focus houve sensível melhora na mediana das previsões para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, que passou de 0,50% para 0,65% entre 25 de março e 22 de abril. Para 2023, entretanto, a mediana das previsões recuou de 1,3% para 1%. Já as perspectivas para o dólar passaram de R$ 5,25 para 5%, neste ano, e de R$ 5,20 para R$ 5, no ano que vem. (RH)

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