Alternativa nutricional vantajosa

Correio Braziliense
postado em 01/05/2022 00:01 / atualizado em 01/05/2022 17:48
 (crédito: Isabel Dourado)
(crédito: Isabel Dourado)

Sempre presente no prato dos brasileiros, o feijão também pode ser uma saída mais em conta para quem não quer deixar de consumir uma boa quantidade de proteína nas refeições diárias.
Especialistas sugerem a troca da carne por outros produtos de origem vegetal para compensar a proteína animal. A nutricionista Camila Pessoa explica que a troca da carne vermelha pelo feijão é vantajosa pois ele supre plenamente os nutrientes que são oferecidos pela proteína animal e ainda supre outra substância importante para o nosso organismo, o ferro.
“A troca da carne pelo feijão é válida, pensando na quantidade de proteína e de ferro e já considerando a biodisponibilidade do ferro do feijão. Então, sete colheres de sopa de feijão equivalem a um pedaço de 100g de carne vermelha,” diz.
A nutricionista ainda destaca que uma boa dose de feijão por dia pode acarretar benefícios para a saúde do corpo, mas, segundo ela, se for consumida na quantidade correta. “Se o feijão estiver substituindo a carne como fonte de proteína é essencial que seja consumido na quantidade certa. A proteína é o nutriente essencial na construção dos tecidos do corpo, músculos, células de defesa, e hormônios”, acrescenta.
Estudos recentes apontam uma elevação no consumo dessas sementes, em contrapartida com a redução da compra de carne. A empresa de inteligência de mercado Horus fez uma pesquisa a pedido do jornal Valor Econômico que mostrou que a presença do feijão nos carrinhos dos supermercados espalhados por mil municípios do Brasil cresceu de forma expressiva em pouco mais de um ano, apesar da alta de quase 5% em fevereiro do tipo carioquinha. Em março, o produto esteve presente em 9,9% das compras. No início de 2021, os percentuais foram de 6,9% em janeiro, 6,8% em fevereiro e 7% em março.
A dona de casa Cláudia Tavares Costa, 48 anos, moradora da Estrutural, cortou o consumo de carne vermelha e passou a consumir mais feijão e embutidos. “Eu compro aqueles ossinhos que o açougueiro vende e cozinho dentro do feijão, pelo menos, para poder sentir o gostinho da carne”, conta.

Perspectivas
De acordo com o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), as perspectivas para o consumidor brasileiro nos próximos meses não são tão agradáveis. Ele aponta que, devido à proximidade de um período de estiagem no país, o produtor rural terá de comprar mais rações para manter o gado em forma, o que, consequentemente, eleva o preço da carne.
“Estamos entrando agora nos meses de estiagem, saindo do outono e entrando no inverno. À medida que o inverno se aproxima, o volume de chuvas diminui e isso piora as condições de pastagem. Com isso, os pecuaristas têm que entrar com rações para não perder muito a produção de leite, ou mesmo favorecer a perda de peso do gado. Então, para o gado não emagrecer, o produtor entra com ração e isso aumenta o custo. O que prolonga esse ciclo de carne com o preço mais alto por mais um tempo”, explica Braz. (ID e RP)

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