combustíveis

Mercado espera novo aumento

Gasolina tem defasagem de 12% e diesel, de 24%, avaliam importadores. Petrobras deve anunciar lucro de R$ 42 bilhões

Correio Braziliense
postado em 05/05/2022 00:01
 (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)
(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A.Press)

A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) espera um aumento nos preços dos combustíveis da Petrobras para esta quinta-feira, quando também será divulgado pela estatal o balanço do primeiro trimestre de 2022, que deve revelar mais um lucro bilionário. A expectativa da Abicom é de alta de 12% no preço da gasolina e de 24% no diesel, que corresponderiam à defasagem no preço de paridade de importação (PPI), ou seja, à diferença entre os valores praticados nos mercados interno e externo.

Os altos preços dos combustíveis têm proporcionado ganhos elevados à Petrobras. De acordo com projeção do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (Ineep), no primeiro trimestre, a petroleira deve ter registrado lucro de R$ 42,6 bilhões, o que representa um salto de 3.237% em relação ao registrado no mesmo período de 2021 (R$ 1,3 bilhão).

O fator que aumenta a expectativa sobre novo reajuste é o fato de a estatal estar há 55 dias sem alterar as tabelas da gasolina e do diesel para as distribuidoras. Antes do ultimo aumento, em 10 de março, a empresa havia ficado 57 dias sem corrigir os preços.

"O mercado espera ações da Petrobras coerentes com seu discurso de necessidade de preços alinhados ao mercado, para evitar desabastecimento e dar segurança para que sejam realizados os investimentos necessários", afirmou Sérgio Araújo, presidente da Abicom.

Recém empossado na presidência da estatal, José Mauro Coelho, veio a público para defender a atual política de preços e negou pressão do governo para alterá-la. "É muito claro para a Petrobras e para o governo que, como uma empresa de capital aberto, listada em bolsa, e por conta de toda legislação existente interna e externamente, a Petrobras deve praticar preços de mercado", disse o executivo, o terceiro a comandar a companhia na gestão de Jair Bolsonaro.

A expectativa de lucro elevado e de continuidade da política de preços provocaram alta de 6,02% nas ações preferenciais da estatal na Bolsa de Valores de São Paulo (B3). O resultado recorde do trimestre, caso confirmado, representaria quase 40% do lucro de R$ 106,6 bilhões registrado em todo o ano passado. Com isso, os dividendos pagos aos acionistas devem chegar a R$ 27,6 bilhões, alta de 48% em relação ao primeiro trimestre de 2021.

Para especialistas, a elevação do preço dos combustíveis no mercado interno é o principal motivo para o forte resultado da estatal. "A receita de vendas estimada para o primeiro trimestre de 2022 foi de R$ 150,5 bilhões e deve ser significativamente maior, tanto em comparação com o quarto trimestre de 2021 (crescimento de 15%) quanto na relação com o primeiro trimestre do mesmo ano (expansão de 75%)", estimam os pesquisadores do Ineep.

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