O Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Espírito Santo (Sindicam/ES) anunciou, na noite de ontem, que os caminhoneiros do estado estarão em greve a partir de hoje. É o primeiro movimento da categoria depois que a Petrobras anunciou novo reajuste no preço do diesel nas refinarias, de 8,86%. A tendência é de que também ocorram paralisações em outros estados nos próximos dias.
O valor médio do combustível passará de R$ 4,51 para R$ 4,91. O preço final nas bombas, porém, ainda é incerto e tem causado temor entre os caminhoneiros. Em nota, o Sindicam do Espírito Santo afirma que o cenário chegou ao limite. "Entendemos que a situação dos autônomos ficou insustentável depois de tantos reajustes, seja no preço do diesel, seja no dos insumos que compõem o dia a dia do caminhoneiro", diz o comunicado.
Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas, o deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS) afirmou que o sentimento na categoria é de traição por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL). "Agora, foi a etapa final do governo do presidente Jair Bolsonaro na categoria que o apoiou nas eleições. Ele mentiu, assim como o ex-ministro Tarcísio (de Freitas, ex-titular da pasta da Infraestrutura), que ficou três anos e meio enrolando", disse ao Correio.
Segundo Crispim, "as lideranças consideram que os caminhoneiros estão de luto". "O presidente não cumpriu a palavra dele. Dia 21 de maio, vai fazer quatro anos da paralisação de 2018", alertou, em relação à greve da categoria que parou o país na gestão Michel Temer. O deputado aproveitou para dar uma estocada no presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho. "Ele (Bolsonaro) continua com esses presidentes fantoches da Petrobras, que fazem exatamente o que ele quer. Tornou-se insustentável", frisou.
Procurado pela reportagem, o Planalto não havia se manifestado até o fechamento desta edição.
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