Cresce onda de paralisações

Fernanda Strickland
postado em 21/05/2022 00:01

Servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) aprovaram, ontem, em assembleia geral extraordinária, iniciar uma greve por tempo indeterminado a partir de 30 de maio. Segundo representantes da categoria, vários fatores provocaram a decisão, entre eles, a ausência de proposta oficial de reestruturação para a carreira de finanças e controle.

Os funcionários da CGU vão engrossar o contingente de servidores que decidiram cruzar os braços para reivindicar aumento de salários. No início desta semana, funcionários da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) aprovaram uma paralisação por tempo indeterminado para começar na próxima segunda-feira. Outras categorias já estão em greve, os empregados do Banco Central (BC) e os servidores federais da educação básica, profissional e tecnológica.

As categorias estão se movimentando de forma independente. Na próxima semana, os auditores fiscais federais agropecuários (affas) vão realizar uma assembleia para decidir se começarão uma greve. A categoria se diz insatisfeita com o tratamento do governo federal ao pedido de reestruturação da carreira, e, desde dezembro, está em operação-padrão — realizando as tarefas em ritmo mais lento.

Segundo Bráulio Cerqueira, presidente do Unacon Sindical, a greve é uma resposta à falta de disposição do governo para discutir as reivindicações da categoria. O presidente Jair Bolsonaro (PL) têm afirmado que concederá reajuste de 5% a todo o funcionalismo, mas acena com aumento maior para setores como a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o que acaba por desagradar à maioria. "Não abrimos mão de defender a nossa carreira e nossas instituições", afirmou Cerqueira.

Membros da Polícia Federal (PF) resolveram se manifestar de forma diferente na próxima semana. Em vez de paralisações ou greves, os agentes vão intensificar os trabalhos de fiscalização em portos, aeroportos, empresas de segurança privada, clubes de tiro e concessão de registros de porte de armas para caçador, atirador e colecionador (CAC) para reforçar a importância da corporação.

Segundo a categoria, a mobilização é um protesto contra o governo pelo descumprimento da promessa de reestruturar carreiras policiais pagas pela União. Durante a elaboração do Orçamento de 2022, no ano passado, Bolsonaro prometeu aos policiais federais que reestruturaria a carreira, mas após manifestações de outras categorias do funcionalismo público da União, acabou recuando e anunciou um reajuste linear de 5%. Ainda não foi tomada nenhuma decisão definitiva.

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