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IPCA-15 desacelera, mas ainda é alto

Fernanda Strickland
postado em 25/05/2022 00:01

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) desacelerou para 0,59% em maio e ficou 1,14 ponto percentual abaixo da taxa de abril (1,73%). O resultado, porém, é o maior para o mês desde 2016 (0,86%). No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,93%. Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram elevação de preços, exceto o item habitação, que recuou 3,85%, influenciado pela queda de 14,09% na energia elétrica.

Em abril, o IPCA-15 registrou um aumento bem maior que o esperado. Em maio o índice desacelerou, mas ainda superou a expectativa do mercado financeiro. O acumulado dos últimos 12 meses é de 12,20%, acima dos 12,03% registrados em abril.

Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a maior alta veio do grupo de produtos de saúde e cuidados pessoais, com 2,19%, que contribuiu com 0,27 ponto percentual no índice de maio. O item de maior influência no grupo e no IPCA-15 do mês foi o de produtos farmacêuticos, com aumento de 5,24% nos preços — e 0,17 ponto de impacto no resultado — , registrado após o reajuste de até 10,89% autorizado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

Também pressionaram o resultado do grupo os itens de higiene pessoal, que apresentaram alta de 3,03%, com impacto de 0,11 ponto no índice do mês, o segundo mais elevado. Já o maior impacto (0,40 ponto) no resultado do IPCA-15 de maio foi do grupo de transportes, que registrou alta de 1,80%. O resultado apresentou desaceleração em relação aos 3,43% de abril.

Para o economista Vinícius do Carmo, apesar de ter ficado bem abaixo do resultado de abril, o IPCA-15 de maio foi superior à expectativa do mercado (0,45%), demonstrando que a pressão inflacionária ainda não está sob controle. "Os principais responsáveis pelo índice continuam sendo os preços administrados, puxados por transportes, em decorrência dos combustíveis, e os remédios", explicou.

O economista ainda pontuou que oito dos nove grupos de produtos tiveram aumento, sendo a maior alta registrada por medicamentos e cuidados pessoais (2,1%). "A Anvisa autorizou reajustes de até 10% para alguns remédios. Isso fez muita diferença na medição. Outro responsável pela subida no mês foram os transportes, compreendendo preço de combustíveis, fretes e, especialmente, passagens aéreas", disse.

Para os próximos meses, o economista avalia que o índice ainda será positivo. "Mas com aumentos cada vez menores. Se não aparecerem novos fatores, é claro. Mas todas previsões anualizadas já foram atualizadas para cima, com previsões de 7,9% a 8,5% no ano", explicou.

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