MINAS E ENERGIA

Governo estuda alternativas para tentar reduzir custo dos combustíveis

Uma das medidas em estudo pelo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, é mudar o sistema de cobrança de frete

O novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, busca duas alternativas para reduzir o preço dos combustíveis sem mexer na atual política de preços da Petrobras. Uma delas é alterar o sistema de fretes da Petrobras, de acordo com informações do jornal O Globo. Segundo interlocutores do governo, a estimativa é que a medida poderia reduzir o custo do petróleo de 10% a 15%.

A reportagem informou que a solução seria de mais fácil aplicação do que o questionamento da política de preços de paridade internacional (PPI) via o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que poderia levar anos. O governo tem pressa em tentar reduzir o preço dos combustíveis devido ao impacto eleitoral destes preços. Procurado, o MME ainda não comentou o assunto.

O novo ministro está analisando a política de preços dos combustíveis e pretende fazer mudanças na fórmula de cálculo. Nesse sentido, uma das principais mudanças que Sachsida deve tocar é a forma como a Petrobras calcula o preço do petróleo, que é enviado às refinarias, que têm impacto no valor de distribuição e da fonte, segundo a reportagem. Hoje, a estatal trabalha com um preço conhecido como CIF, que inclui os custos envolvidos para importar o petróleo, como seguro e frete. Esse preço é usado mesmo nos casos em que o petróleo é nacional. A ideia é que a Petrobras passe a usar o preço FOB (do inglês, free on board, que não inclui os custos envolvidos na importação).

A outra medida cogitada pelo novo ministro é manter a política de paridade dos preços dos combustíveis, mas com um intervalo maior entre os reajustes realizados pela Petrobras. Atualmente, não existe uma periodicidade definida, mas o mercado costuma esperar um reajuste da estatal sempre que a defasagem entre o preço dos combustíveis nos mercados interno e externo fica em torno de 20%. 

Sachsida foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para substituir o almirante Bento Albuquerque à frente do ministério, na quarta-feira (11/5), um dia após entrar em vigor o reajuste de 8,87% no litro do diesel anunciado pela Petrobras na véspera. Quando tomou posse, o ministro anunciou que vai priorizar a privatização da Eletrobras e da Petrobras.

Conforme dados da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), nesta sexta-feira (13/5), a defasagem média do diesel estava em 10%, após o reajuste que entrou em vigor . E, para a gasolina, esse percentual ficou em 22%.

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