Conjuntura

Planos de saúde coletivos ficam até 19,37% mais caros em 2022

Segundo a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), as maiores operadoras do país reajustaram entre 16% e 19% as modalidades adotadas por empresas. Inflação e pandemia podem influenciar custo dos serviços

Michelle Portela
postado em 02/06/2022 18:04 / atualizado em 02/06/2022 23:18
 (crédito: Maurenilson/CB/D.A Press)
(crédito: Maurenilson/CB/D.A Press)

Os planos coletivos, também chamados de corporativos, ficaram até 19% mais caros em 2022, de acordo com informações da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) nesta quinta-feira (2/6). Na última semana, os planos de saúde familiares foram reajustados em 15,5% pela Agência Nacional de Saúde (ANS), taxa recorde desde 2000.

O índice de reajuste dos planos individuais reflete o comportamento das despesas assistenciais no ano anterior e possuem o teto definido pela ANS. Planos coletivos possuem regras próprias para planos com até 29 beneficiários e outras para grupos com mais de 30 vidas, e ainda, os por adesão. “O mercado como um todo, incluindo os planos coletivos, é regulado e segue as regras estipuladas pela ANS”, explica Renato Casarotti, presidente da Abramge.

Todos os contratos coletivos com até 29 vidas de uma mesma operadora (pool) devem receber o mesmo percentual de reajuste anual, são os chamados planos PME — a modalidade de plano de saúde empresarial voltado às pequenas e médias empresas e aos microempreendedores. O objetivo é diluir o risco de alta sinistralidade desses contratos, oferecendo maior equilíbrio no cálculo do reajuste. Todos os reajustes são repassados aos usuários no aniversário do plano, ou seja, na data em que foi assinado o contrato.

De acordo com a Abramge, as cinco maiores operadoras do país — Amil, HapVida, Bradesco, SulAmérica e Intermédica — reajustaram os seus planos corporativos PME entre 16% e 19% em 2022. Nos doze meses anteriores a fevereiro deste ano, no entanto, os reajustes registrados foram de 10,37%, que refletiam a retração dos serviços de saúde em 2020, primeiro ano da pandemia, quando o atendimento foi focado em covid-19.

“O cálculo é feito considerando todas as operadoras e todas as vidas. A tendência é que, independentemente do tipo de plano deste ano, como o reajuste visa cobrir um ano de despesas mais elevadas como foi 2021, com uma nova onda prolongada de covid-19, como tudo isso decorre do ciclo pandêmico, a expectativa é ainda ocorrer aumentos”, explica Casarotti.

Negociação

Planos com mais de 30 vidas possuem reajuste definido em contrato entre a empresa contratante e a operadora, com espaço para negociação entre as partes. Dessa maneira, embora tenham diferenças, a Abramge diz que o reajuste sentido até fevereiro foi de 8,81%. 

“Todos os contratos possuem cobertura obrigatória similar, o que varia é a rede credenciada. Por isso, precisamos admitir que o reajuste de cada plano com mais de 30 vidas pode sofrer grandes oscilações, com cálculos por contrato. Inclusive, ainda temos planos refletindo a retração do período da pandemia”, avalia Casarotti.

Uma terceira modalidade de planos corporativos, por adesão, também está sofrendo aumentos na ordem de 10%. “Normalmente, são aqueles contratados por categoria profissional, por exemplo, e oferecidos pelos sindicatos. Calculado para esse grupo, a depender do tamanho do grupo último número que a gente tem é até 10%”, diz.

De modo geral, a tendência é que os planos sigam elevando valores, diz o presidente da Abramge, destacando que os valores de cada plano dependem dos acordos entre os grupos de usuários e as operadoras. “A tendência é subir com o passar dos meses. Os índices de inflação influenciam”, finaliza.

 

 

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