A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) decidiu prorrogar por 60 dias o prazo para que as operadoras de telecomunicações comecem a implantação do sinal de internet 5G em todas as capitais do país. O leilão das frequências do 5G, realizado em novembro passado, exigia que as 10 empresas vencedoras da disputa iniciassem as operações com a nova tecnologia até o fim de julho. O prazo, agora, vai até 29 de setembro.
A expectativa do governo era a de usar a implantação da internet de alta velocidade como um trunfo na campanha de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, para atrair o eleitorado, sobretudo aquele com perfil mais jovem e arrojado. Com o adiamento para setembro, a nova rede começará a operar às vésperas do primeiro turno das eleições, marcado para 2 de outubro, prejudicando a estratégia.
De acordo com a Anatel, o início da operação da subfaixa de radiofrequências de 3.300 a 3.700 MHz estava previsto para 30 de junho. Já a ativação de uma Estação Rádio Base (ERB) para cada 100 mil habitantes das capitais deveria ter início em 31 de julho. Com a alteração, os prazos passam para 29 de agosto e 29 de setembro, respectivamente.
Pandemia
De acordo com a decisão do conselho diretor da Anatel, o adiamento foi motivado pelo fato de a entrega dos equipamentos necessários à instalação e funcionamento do 5G ter sido prejudicada pelas restrições provocadas pelo recrudescimento da pandemia da covid-19 na China. A nova onda da doença e as medidas mitigadoras atrasaram a produção de semicondutores, além da demora na liberação dos produtos e de limitações no transporte aéreo. A mitigação de interferências nas estações satelitais também foi levada em conta.
O tema foi relatado pelo conselheiro Emmanoel Campelo, após a matéria ser levada ao conselho pelo coordenador do Grupo de Acompanhamento da Implantação das Soluções para os Problemas de Interferência da faixa de 3.625-3.700 MHz (Gaispi), Moisés Moreira, em pedido de urgência. Os conselheiros aprovaram a proposta do Gaispi, que coordena a implantação do 5G no país. O grupo é composto também por representantes do Ministério das Comunicações e das empresas vencedoras do leilão.(MP)
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