Tempo para rearranjar os acordos nos estados

Cristiane Noberto Ingrid Soares
postado em 10/06/2022 00:01
 (crédito: Reprodução/Youtube)
(crédito: Reprodução/Youtube)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi recebido, em Los Angeles, com protestos de organizações da sociedade civil, incluindo entidades brasileiras. Os manifestantes se concentraram em frente à prefeitura da cidade e denunciaram a falta de políticas ambientais do governo.

Os participantes contrataram dois caminhões que circularam pela cidade com as frases "Jail Bolsonaro" — "Prenda Bolsonaro", na tradução — e "Fuera Bolsonaro". Os protestos começaram na quarta-feira e devem continuar hoje.

Uma das críticas à participação de Bolsonaro na Cúpula, bem como a conversa particular que teve com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, é em relação à questão climática e ambiental. A ideia é que os países participantes assinem compromissos para redobrar os esforços de proteção ao meio ambiente.

"É um grande alerta para o presidente Biden dos riscos que o encontro com Bolsonaro traz, que vai contra os valores que o próprio povo americano tem", disse ao Correio Ana Paula Vargas, diretora de Políticas para o Brasil da Amazon Watch, uma das entidades que organizaram o protesto. "Bolsonaro pode utilizar esse encontro como forma de validar suas políticas de destruição. O que ele vem pregando é o oposto do que os Estados Unidos pregam."

De acordo com Ana Paula, "não é possível acreditar que existe seriedade na presença do governo brasileiro para discutir questões climáticas". "Isso é impossível. Acreditar que em dois dias ele (Bolsonaro) vai mudar… Não é falta de recurso o que temos no Brasil. É falta de vontade política. Isso está muito claro", frisou.

Também participou da manifestação o assessor da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Toya Elcio Manchiner. "Nós vivemos em um país, em um mundo bastante conturbado, onde a minoria se acha a maioria e, no nosso país, o presidente chamado Bolsonaro acha que ele é o maioral", discursou Manchiner no protesto.

Outro protesto foi da organização internacional Avaaz, que promove ativismo em diversas áreas. "O Brasil sempre teve um papel fundamental nas Américas, mas sofreu retrocessos enormes e perdeu sua relevância internacional durante o governo Bolsonaro", disse o diretor de Campanhas da Avaaz, Diego Casaes.

Já apoiadores de Bolsonaro o receberam na chegada ao hotel. Entre eles estavam sete mulheres procedentes de Las Vegas que integram o grupo Vovós Poderosas de Las Vegas, criado em 2018 para apoiar a eleição do então candidato. "Somos brasileiras! E Bolsonaro", gritaram. Elas carregavam bandeiras do Brasil e gritaram "mito" e "Bolsonaro 2022".

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