Em mais um dia tumultuado nos mercados, as ações da Petrobras desabaram 6,09%, ontem, levando o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) a perder o patamar dos 100 mil pontos, o que não ocorria desde novembro de 2020. No fim do pregão, o indicador marcava 99.825 pontos. As razões da queda, segundo analistas, foram as críticas contundentes e ameaças de interferência na estatal proferidas pelos presidentes da República, Jair Bolsonaro (PL) e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, (PP-AL). Em paralelo, o dólar deu um novo salto e fechou cotado em R$ 5,14, uma alta expressiva de 2,35% no dia.
As ações preferenciais da estatal fecharam em baixa de 6,09%, e as ordinárias recuaram 7,25%. Com a queda, em apenas um dia, a Petrobras perdeu R$ 27,3 bilhões em valor de mercado, conforme levantamento feito por Einar Rivero, gerente de Relacionamento Institucional da Economatica, a pedido do Blog do Vicente.
O economista Renan Silva avalia que interferir na Petrobras pode ter um efeito pior que o do encarecimento dos combustíveis, que ocorre em todo o mundo. É o que mostram, argumenta, exemplos ocorridos no passado.
A política de paridade internacional (PPI), atacada por Bolsonaro e Lira, foi adotada pela Petrobras em 2016, após o governo de Dilma Rousseff (PT), marcado por uma série de interferências nas estatais que alavancaram a crise inflacionária no segundo mandato da petista. Com a PPI, os preços da empresa passaram a ser regulados pela cotação do petróleo no mercado internacional.
"Não é saudável para a empresa que interfiram nos preços. Isso ocorreu na era do PT e foi desastroso, tanto no caso de combustíveis quanto de energia elétrica. Esse tipo de política mostrou ser muito ruim, e é por isso que (a Petrobras) entrou nesse sistema", comentou.
*Estagiário sob a supervisão
de Odail Figueiredo
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