A maioria (56%) das micro e pequenas indústrias (MPIs) do país acredita que a inflação irá aumentar nos próximos meses. Há mais pessimismo no Nordeste, onde 68% das entrevistadas creem que os preços devem subir. No Sudeste, são 57%. As regiões Sul (50%) e Norte/Centro-Oeste (49%) completam a lista.
Os dados constam de levantamento encomendado pelo Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) ao instituto de pesquisas Datafolha. A coleta de dados foi realizada de 9 a 30 de maio em todo o território nacional.
O levantamento mostra, ainda, que 62% das empresas tiveram alta significativas de custos em maio, percentual que chega a 79% entre as de pequeno porte. No Sudeste, 49% apontaram o problema, percentual que chegou a 45% no Nordeste, a 41% no Sul e a 34% no Centro-Oeste. A compra de matéria prima e insumos é o fator mais citado, tendo sido apontado por 45% das micro e pequenas indústrias pesquisadas.
O Nordeste também é a região onde houve mais demissões de funcionários nas MPIs no período. O relatório indica uma média de 5,2 trabalhadores demitidos por empresa e apenas 2,2 contratados. Em contrapartida, nas regiões Norte e Centro-Oeste, que aparecem unificadas na pesquisa, a média de contratações foi de 3,5 e a de perdas de cargo, 2,3.
"Quando você tem aumento de custo, a demanda cai e provoca mais pressão para demissões. Então aquelas regiões que têm mais impactos de aumento do custo acabam tendo mais demissões", explicou Luciano Nakabashi, economista da Universidade de São Paulo (USP).
Insatisfação
A pesquisa também conta com o Índice de Satisfação Macroeconômica das MPIs. Em uma pontuação que varia de 0 a 200 pontos, a satisfação das micro e pequenas indústrias com os governos de seus respectivos estados é de 103 pontos. No entanto, com o governo federal a insatisfação é maior, com a pontuação de 86, na média.
A região Nordeste lidera o ranking de descontentamento com o Executivo federal, com apenas 75 pontos de satisfação, vindo a seguir Sudeste (79) e Sul/Norte/Centro-Oeste, com 97 pontos.
Crédito
Para o presidente do Simpi, Joseph Couri, o governo deveria estimular o crédito às pessoas físicas e às empresas para movimentar a economia. "O crédito a um custo mais baixo é indispensável, porque aqueceria consumo e produção. Geração de emprego também vem muito ligado a isso", disse.
"A grande discussão é: isso é subsídio, é perda de dinheiro? Não. Está mais do que provado, na economia mundial, que, para cada dólar investido na economia, depois de seis operações, ele volta em 100% (de lucro) ao governo. Então, se o governo tomar medidas altamente agressivas de isenção tributária e de incentivo e combate aberto à inflação, a economia retoma o crescimento imediatamente", afirmou.
* Estagiário sob a supervisão
de Odail Figueiredo
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.