CB.AGRO

Fape-DF defende a regularização de terras

João Gabriel Freitas*
postado em 02/07/2022 00:01
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

O vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal (Fape-DF), Rogério Tokarski, defendeu a importância da regularização das propriedades rurais no campo. "As pessoas saíram do campo e vieram para as periferias dos centros urbanos de todo Brasil. Agora, precisamos de mão de obra. Não podemos perder tempo. Temos a consciência de que precisamos alimentar o DF, o Brasil e, porque não?, o mundo, mas precisamos de melhores políticas agrícolas. No DF, a melhor é a regularização fundiária", afirmou, em entrevista ao CB.Agro, programa feito em parceria pelo Correio Braziliense e pela TV Brasília.

A questão fundiária é uma discussão que se arrasta há muito tempo no Distrito Federal. Segundo Tokarski, desde a fundação de Brasília, em 1960, há agricultores que não têm a escritura da terra em que produzem. O documento é um instrumento para o agronegócio, pois possibilita fornecer garantias a financiamentos públicos e privados.

"Muitos deixaram esse problema para os filhos. É geracional. Claro, a outra geração assumiu, e estamos produzindo. Brasília tem os maiores índices de produtividade e os grãos que oferecem as melhores sementes. Somos extremamente competentes em suínos e aves. Temos acesso às tecnologias, só não temos o documento da terra", relatou Tokarski.

Licenças ambientais

Outra queixa constante da Federação é o alto preço de licenças ambientais. De acordo com o presidente da Fape, o preço de uma licença para uma empresa rural é quase 10 vezes maior no DF do que em Goiás ou Minas Gerais, em qualquer atividade. "Para uma granja de suínos é uma fortuna: R$ 120 mil. Para as aves é o mesmo. Nós trabalhamos com receita e despesa e precisamos saber o que sobra para reinvestir."

Ele destacou que, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Caprinos e Ovinos (ABCCO), 90% da carne do segmento consumida no Brasil não é fiscalizada. Tokarski explicou que são animais de pequeno porte, criados muitas vezes fora do cenário industrial, que tem exigências sanitárias mais rígidas. O problema afeta com mais força pequenos e médios produtores, que não têm condições de realizar o abate.

"Em Brasília, nenhum frigorífico está abatendo ovinos e caprinos. Daí não tem quem venda, nem quem compre de forma legal. Se o pequeno ou médio produtor for fazer o abate, a vigilância sanitária já pede o selo de qualidade. Na Alemanha, as famílias moram em cima e em baixo tem seu abatedouro, sua fábrica de embutidos e com qualidade, vendem e exportam", argumentou.

*Estagiário sob a supervisão

de Odail Figueiredo

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