O aumento das preocupações com a desaceleração da economia mundial e a deterioração das contas públicas brasileiras, embora negada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, têm deixado o mercado financeiro bastante nervoso. Ontem, o dólar voltou a subir e chegou a ser negociado a R$ 5,49, mas encerrou com alta de 0,51%, cotado a R$ 5,43 para venda.
A alta, em parte, reflete a valorização da divisa norte-americana frente às demais, inclusive o euro, diante da perspectiva de mais aumento de juros nos Estados Unidos. A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) acompanhou o mau humor externo frente ao aumento do risco de recessão global e chegou a desabar mais de 2% no meio do dia, atingindo o menor patamar desde 3 de novembro de 2020. No fechamento do pregão, o Índice Bovespa, principal indicador dos negócios, mostrava recuo de 1,80% em relação ao dia anterior, aos 96.121 pontos.
Diante da expectativa de várias bombas fiscais armadas para explodirem a partir de 2023, que podem fazer o rombo fiscal aumentar dos cerca de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB), para mais de 1,5% do PIB, indicadores que medem o risco país também continuam subindo, apesar da melhora das projeções do governo divulgadas ontem.
Analistas não veem o cenário positivo que Guedes enxerga e traçam projeções para o crescimento do país no ano que vem bem abaixo dos 2,5% previstos pelo Ministério da Economia. Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, disse que a certeza é de que a âncora fiscal do teto de gastos não vai mais resistir. "A regra vai cair no ano que vem, independentemente de quem ganhe as eleições", afirmou. (RH e RG)
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