Mercado encolhe previsões para 2023

Correio Braziliense
postado em 16/07/2022 00:01

As projeções do mercado para o crescimento do PIB brasileiro do ano que vem não param de serem revisadas para baixo e estão bem distantes da estimativa de alta de 2,5% prevista pelo Ministério da Economia. Pelas estimativas do Itaú Unibanco, por exemplo, a economia global vai avançar menos de 3%, neste ano e no próximo, enquanto o Brasil, pela nova projeção, crescerá menos, 2% e 0,2%, respectivamente, abaixo das projeções para seus parceiros, inclusive.

Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, também reconhece que o cenário de desaceleração forte da China é muito ruim para o Brasil, pois o país asiático é o maior parceiro comercial brasileiro, tanto na importação quanto na exportação. A realidade é que, se houver recessão na China, nos Estados Unidos e na União Europeia — que compram 59% das exportações brasileiras e, somados com o Mercosul, passam para 65,4% — será um baque para as exportações nacionais, principalmente para os setores de commodities e de alimentos, que ajudaram a alavancar o PIB em 2021 e no início deste ano, além de contribuir para o superavit da balança comercial. "Se a China crescer abaixo de 4% pode ser considerada uma recessão, porque o país não consegue atender a demanda e o mercado de trabalho não absorve a mão-de-obra entrante", explica Agostini. Ele acaba de revisar de 1,4% para 0,4% a previsão de crescimento do PIB brasileiro em 2023, mas admite que há um "viés de baixa", apesar de melhorar as estimativas de 2022.

"Com essa desaceleração mais forte na China, o cenário negativo fica mais concretizado, mesmo que os Estados Unidos estejam em uma situação ainda confortável", alerta Agostini. Pelas estimativas dele, o carregamento estatístico do PIB de 2021 para este ano estava em 0,5% no primeiro trimestre. Mas, depois do resultado do PIB de janeiro a março deste ano, esse indicador passou para 1,5%.

Logo, mesmo se houver uma alta de 2% no PIB deste ano, o crescimento efetivo da economia ainda será muito baixo. Vale lembrar que o Brasil vem perdendo posições no ranking das maiores economias do planeta e atualmente está em 13º lugar. (RH)

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