IGP-M desacelera

Fernanda Strickland
postado em 29/07/2022 00:01

Com a ajuda da redução do preço dos combustíveis, o Índice Geral de Preços — Mercado (IGP-M), desacelerou em julho. O indicador, normalmente usado no reajuste de contratos de aluguel, aumentou 0,21% neste mês, ante 0,59% em junho, acumulando alta de 8,39% no ano e de 10,08% em 12 meses. No mesmo período do ano passado, o índice havia subido 0,78% e acumulava avanço de 33,83% em 12 meses. Os dados foram divulgados, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pela elaboração do indicador.

O IGP-M é composto pela ponderação de três outros indicadores: Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que subiu 0,21% em julho; Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), com alta de 1,16%; e Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que registrou queda de 0,28% no mês. A principal contribuição para o recuo médio dos preços ao consumidor veio do grupo Transportes, que apresentou redução de 2,42%. O destaque foi a gasolina, que diminuiu 7,26%, em razão, principalmente, dos cortes de impostos promovidos pelo governo.

Segundo a FGV, além da gasolina, contribuíram para o alívio do IPC-M em julho as tarifas de eletricidade residencial (-3,11%), passagens aéreas (-5,20%), tomate (-18,26%) e etanol (-9,41%). Por outro lado, as principais pressões de alta partiram de leite tipo longa vida (aumento de 21,83%), planos de saúde (1,17%) e refeições em bares e restaurantes (0,89%), mamão papaia (21,20%) e queijo muçarela (8,46%).

No IPA, as principais altas foram as de óleo diesel (6,96%), leite in natura (4,40%) e automóveis (2,31%). "Mesmo com tais pressões, a taxa em 12 meses do índice ao produtor seguiu em desaceleração, alcançando o menor patamar desde julho de 2020", observou André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV.

O especialista em mercado imobiliário Leonardo Di Mauro, sócio e diretor do GRI Real Estate explicou que a queda de 0,21% está diretamente relacionadas à redução do preço das commodities, principalmente minério de ferro, que recuou em torno de 12%.

O economista Gustavo Favaron, especialista em mercados internacionais e CEO do GRI Group, apontou que, para o mercado imobiliário, a desaceleração do IGP-M é uma notícia positiva, na medida em que os insumos para a construção acompanham a inflação e acabam pressionando os custos das construtoras. "Também é uma boa notícia para o consumidor, na medida que os aluguéis param de subir excessivamente", afirmou.

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