Indústria

Produção de veículos tem queda de 5% no primeiro semestre, diz Anfavea

No primeiro semestre 20 fábricas sofreram com paralisações, com perda estimada de 170 mil veículos no Brasil

 A produção de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhõe e ônibus) caiu 5,0% no primeiro semestre deste ano, comparado ao mesmo período do ano passado. Segundo o balanço divulgado pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) nesta sexta-feira (8/7), foram montadas 1,149 milhão de unidades em 2021 contra 1,092 milhão neste ano.

Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, o primeiro semestre do ano é geralmente mais duro para o setor. Ele destaca a crise de abastecimento e de logística como os maiores desafios para o segmento automobilístico. “Esse é um cenário que não afeta apenas o Brasil, mas o mundo de maneira geral. Houve uma escassez muito grande de insumos para a produção”, disse em entrevista coletiva.

No primeiro semestre, 20 fábricas sofreram com paralisações, com perda estimada de 170 mil veículos no Brasil. Atualmente, ainda estão paradas cinco fábricas das três maiores montadoras do país, Fiat, Volkswagen e General Motors.

Outro fator que acabou afetando as exportações da indústria nos primeiros seis meses do ano foram as restrições do porto de Xangai, que passou 60 dias parado, gerando também um desafio logístico. A exportação tem sido relevante para o setor, com crescimento de 41% no semestre ante o ano passado.

Projeções

Levando em conta as restrições de produção e a elevação da inflação e dos juros no Brasil, assim como as restrições ao acesso de crédito, que impactam principalmente as vendas dos veículos de entrada, a entidade também revisou as expectativas para o fechamento do ano. A projeção é de que produção encerre 2022 com uma alta de 4,1% na fabricação. Em relação às vendas, a expectativa é de um aumento de 1% sobre o ano passado.

Em janeiro, a Anfavea acreditava que 2,46 milhões de veículos seriam produzidos até o final deste ano, o que representaria um crescimento de 9,4% em relação ao período anterior. Na comercialização, a expectativa era de alta de 8,5%.