Mercados

Bolsa tem sexto dia de alta

Correio Braziliense
postado em 10/08/2022 00:01
 (crédito: Miguel Schincariol/AFP)
(crédito: Miguel Schincariol/AFP)

O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) teve ontem a sexta elevação diária consecutiva, avançando 0,23% e fechando aos 108,651 pontos. Segundo analistas, a alta refletiu o bom humor dos investidores com o resultado da inflação de julho e a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgados ontem.

"O IPCA veio em linha com o esperado, com a deflação de 0,68% em julho. Temos uma inflação acalmando, o que em tese traz alívio também para os ativos de risco. Mas o mercado continua olhando muito para o exterior, e estará atento, amanhã (hoje), à divulgação da inflação nos Estados Unidos", observou Caio Tonet, sócio-fundador e head de renda variável da W1 Capital, referindo-se à cautela observada em parte da sessão na B3. "A inflação americana tem balizado movimentos de mercado ao redor do mundo", acrescentou Welington Filho, especialista em renda variável da Blue3.

Com o desempenho de ontem, o Ibovespa sobe 2,05% na semana, 5,32% no mês, e 3,65% no ano. Ontem, o bom desempenho das ações de maior peso e liquidez contribuiu para a alta do índice. Petrobras ON e PN subiram, respectivamente, 1,32% e 1,64%, enquanto Vale ON teve alta de 2,07% e os ganhos entre os grandes bancos chegaram a 2,61% (Itaú PN, com boa recepção aos números trimestrais da instituição, apresentados na noite anterior).

Na ata do Copom — que na semana passada elevou a taxa Selic para 13,75% ao ano —, o mercado interpretou que o Banco Central teria sinalizado que deve encerrar o ciclo de alta nesse patamar, que, entretanto, deve permanecer nesse nível por mais tempo. "A ata do Copom deixou a comunicação mais clara", disse Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos. No entanto, o espaço para novas altas não foi fechado. "A ata me pareceu um pouco mais dura do que o comunicado divulgado após a reunião, com mais trechos mencionando a possibilidade de seguir com ajustes, de entrar em território ainda mais contracionista, linguagens que já foram utilizadas anteriormente para indicar novas altas de juros", afirmou Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

Dólar

Depois de quatro pregões seguidos de queda, nos quais acumulou baixa de 3,15%, o dólar à vista subiu na sessão de ontem, em meio a ajustes de posições e movimentos de realização de lucros. A divisa fechou em R$ 5,129, avanço de 0,32%. Na semana, a moeda norte-americana apresenta leve perda, de 0,72%.

"O dólar caiu bastante nos últimos dias, com entrada de fluxo externo e também desmonte de posição comprada, que ganha quando o dólar sobe no mercado futuro. Houve um movimento de correção", afirmou o operador de câmbio Hideaki Iha, da Fair Corretora. Segundo o analista de câmbio da corretora Ourominas, Elson Gusmão, houve também uma atuação mais intensa por parte de importadores na sessão de ontem, o que contribuiu para a alta do dólar. "Percebi compras de importadores importantes, que aproveitaram a queda recente para realização de grandes pagamentos", disse Gusmão.

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