Mercado

Ibovespa encerra semana com a maior pontuação desde abril e dólar cai 1,6%

No final do pregão, a bolsa brasileira encerrou o dia aos 112.764 pontos, com 2,78% de alta, acompanhando as altas nas bolsas dos EUA e da Europa. Dólar recuou 1,63%, aos R$ 5,07

Raphael Pati*
postado em 12/08/2022 20:32
 (crédito: AFP / Nelson ALMEIDA)
(crédito: AFP / Nelson ALMEIDA)

No último dia da semana, o Índice Ibovespa encerrou o pregão com a maior pontuação desde o dia 20 de abril deste ano, aos 112.764 pontos. O resultado também foi a máxima desta sexta (12/8), e indicou um crescimento de 2,77% para o dia.

O avanço da bolsa brasileira nesta sexta encerrou uma semana completa de altas no Ibovespa, que acumulou 5,91% de alta nos últimos cinco dias - o melhor resultado desde a semana de 2 a 6 de novembro de 2020. Para o economista Renan Silva, professor do Ibmec, os números positivos refletem o otimismo dos investidores após a divulgação do IPCA na terça-feira (9/8), que indicou uma deflação de 0,68% em julho.

"Então, mediante a deflação, você começa a entender que os estímulos foram colocados em um momento correto. Os estímulos no campo fiscal, ou seja, reduzir impostos, entrar com o Auxílio Brasil e tudo mais, porque o melhor momento de você entrar com o benefício é justamente quando você tem uma dúvida com relação à queda das atividades econômicas”, analisa o economista.

A onda de elevações nas bolsas mundo afora foi um fator positivo para que a bolsa alcançasse a alta expressiva nesta sexta. Todas as bolsas dos Estados Unidos encerraram em alta no último dia desta semana. O Dow Jones teve crescimento de 1,27%, enquanto que S&P e Nasdaq apresentaram elevação de 1,73% e 2,09%, respectivamente.

O dólar comercial também reagiu ao cenário positivo externo e encerrou o pregão aos R$ 5,07, com queda de 1,63%. A queda forte, no entanto, ainda não indica que a moeda deve voltar ao patamar abaixo dos R$ 5, na visão do economista e professor da Universidade de São Paulo (USP) Luciano Nakabashi.

“Não dá para saber como o dólar deve figurar daqui para a frente, porque há muita instabilidade ainda no cenário global. Você pode ter um acirramento da guerra entre Rússia e Ucrânia, pode haver uma outra crise sanitária com a doença que vem da China. Isso depende do cenário internacional. Se por acaso, estourar uma crise global, os investidores deverão optar por economias mais seguras, o que poderia fazer com que o Real se desvalorizasse frente às outras moedas”, avalia o professor.

Queda do Petróleo

Em relação ao petróleo, os resultados seguem positivos para o Brasil. As ações da Petrobras (PETR4) avançaram 7,19%. Além do impacto positivo das bolsas, a queda de 1,42% no preço do petróleo Brent - indicador para a Petrobras - no porto de Dalian, na China, também favoreceram o resultado da empresa, que vem reduzindo o preço dos combustíveis nas refinarias.

De acordo com Renan Silva, a crise do petróleo no início do ano, causado pelo impacto da guerra entre Rússia e Ucrânia já apresenta sinais de arrefecimento. “Com esses problemas atenuados, você tem realmente, neste último mês, quedas no preço do petróleo, e a Petrobras começa a refletir essa queda no petróleo. Ao mesmo tempo, o patamar da Petrobras permite que a empresa ainda registre bons resultados. Então, você tem otimismo dos dois lados. Você mantém uma performance muito boa da empresa e, ao mesmo tempo, tem uma queda no preço projetado nas bombas”, comenta.

Para o economista e pesquisador da Unicamp, Felipe Queiroz, o cenário necessita de mais cautela. Já que, com as eleições de outubro se aproximando, o mercado deve ficar mais instável. “Os acionistas ficam animados quando a empresa anuncia que distribuirá dividendos porque eles enxergam apenas a curto prazo. Se olhassem a longo prazo, perceberiam que as expectativas não são tão boas assim”, avalia.

*Estagiário sob a supervisão de Pedro Grigori. 

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