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Implantação do 5G atrasa, mas venda de smartphones cresce no Brasil

De janeiro a julho, a participação dos aparelhos aptos a operar a nova tecnologia passou de 6,7% para 17,5% do volume total de vendas de smartphones

Michele Portela
postado em 20/08/2022 06:01 / atualizado em 20/08/2022 08:04
 (crédito:  AFP / Pau BARRENA)
(crédito: AFP / Pau BARRENA)

Mesmo diante da demora na implantação do 5G nas capitais brasileiras, as vendas de smart- phones que captam o sinal da nova banda larga têm mostrado forte crescimento, segundo estudos da consultoria de inteligência de consumidor e mercado GfK. De janeiro a julho, a participação dos aparelhos aptos a operar a nova tecnologia passou de 6,7% para 17,5% do volume total de vendas de smartphones. Para o consumidor, a boa notícia é que os preços diminuíram, em média, 30,9% no mesmo período.

Nesta semana, as redes 5G foram ativadas em Curitiba, Goiânia e Salvador. Desde julho, quando a internet móvel de alta velocidade estreou em Brasília, a quinta geração de banda larga chegou a oito capitais brasileiras. Além da capital federal, a nova banda larga já funciona em Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Goiânia, Porto Alegre e João Pessoa. A partir de segunda-feira, o 5G será liberado para Rio de Janeiro, Palmas, Florianópolis e Vitória.

Na quinta-feira, porém, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) confirmou recomendação feita uma semana antes pelo grupo técnico que gerencia a implantação do 5G no país, o Gaispi, e estendeu por mais dois meses o prazo para a instalação da nova tecnologia em 15 capitais: Recife, Fortaleza, Natal, Aracaju, Maceió, Teresina, São Luís, Campo Grande, Cuiabá, Porto Velho, Rio Branco, Macapá, Boa Vista, Manaus e Belém.

Agora, essas 15 capitais precisam estar liberadas até 28 de outubro para a ativação do 5G. Já as operadoras terão mais 30 dias, podendo ligar o sinal até 27 de novembro. Pela regra anterior, que já contava com uma prorrogação de prazos, todas as capitais deveriam receber o sinal até o fim de setembro.

O Gaispi acompanha a limpeza de faixas de frequência necessárias para o 5G funcionar sem interferências nas cidades. O grupo justificou a mudança no cronograma em função da demora no recebimento de equipamentos pelas operadoras de telecomunicações. O principal problema, segundo o Gaispi, foram os atrasos dos fornecimento vindos da China, país que sofreu um novo e prolongado lockdown por causa de ondas de covid-19. Tais equipamentos são filtros necessários para garantir a não interferência da faixa do 5G por ondas eletromagnéticas emitidas por outras fontes.

O atraso frustra parcialmente os planos do Palácio do Planalto e do Ministério das Comunicações para apresentar o 5G como uma das realizações do atual governo e explorar o tema na campanha eleitoral.

Referência

No varejo, no entanto, o 5G movimenta a comercialização de smartphones. De acordo com Fernando Baialuna, diretor de varejo da GfK, o 5G pode alcançar, neste ano, 33% do faturamento dos fabricantes. "É inevitável que a tecnologia se torne referência. Entretanto, ainda vai crescer. Temos, neste ano, um processo gradativo, com a Copa do Mundo favorecendo o smartphone como segunda tela. Eu diria que as vendas devem se acelerar até a competição", disse. Assim, segundo ele, o último quadrimestre do ano promete ser o momento de pico das vendas. 

 

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