26º Congresso Abramge

"Desigualdade social é uma responsabilidade nossa", diz Luiza Trajano

A executiva foi convidada no segundo dia do 26º Congresso Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), realizado em São Paulo, nesta sexta-feira (16/9)

Correio Braziliense
postado em 16/09/2022 21:04 / atualizado em 16/09/2022 21:04
A empresária ponderou que o período eleitoral tende a atrapalhar a economia no país -  (crédito: Michelle Portela/CB/D.A. Press)
A empresária ponderou que o período eleitoral tende a atrapalhar a economia no país - (crédito: Michelle Portela/CB/D.A. Press)

São Paulo — “A desigualdade social é uma responsabilidade nossa. Não apenas do governo, somente unindo forças faremos diferença, pois saúde, educação e segurança têm que ser para todos, não pode ser para privilegiados”, disse Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, a uma plateia formada por empresários e representantes do setor de saúde. O discurso da executiva voltou-se para o potencial de mulheres e jovens negros, principalmente.

A executiva já foi vítima de ataques virtuais após notícias de que estaria financiando candidaturas "socialistas". Em 2020, após anunciar que o Magazine Luiza teria um programa de trainee exclusivamente voltado para jovens negros, o grupo sofreu ataques. “Houve gente que disse que não passaria na frente, não colocaria os pés em uma loja”, disse Luiza.

Embora o programa inclusivo de uma rede do varejo tenha causado comoção, agora o resultado inspira mais pessoas. Durante o evento, Luiza apresentou um vídeo sobre os resultados do projeto.

Principal convidada do segundo dia do 26º Congresso Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), nesta sexta-feira (16/9), Luiza defendeu que práticas de inclusão social, como o combate ao racismo e ao assédio moral e sexual nas empresas — além de oportunidades iguais — são fatores fundamentais de sustentabilidade para o mercado, portanto, para o desenvolvimento social e econômico.

Para ela, as práticas de ESG (sigla em inglês para "ambiental, social e governança corporativa") estão em pauta mais pelo apelo ambiental, mas também envolvem os temas ligados ao que ela chamou de desenvolvimento humano. “O ESG veio para ficar, o cliente mudou e está muito mais exigente. Mas não compra apenas pelo preço e qualidade, mas escolhe empresas que estão ajudando o Brasil”, destacou.

A executiva também analisa que o Brasil se recupera lentamente dos efeitos da pandemia, mas não tão diferente de outros países. “A covid-19 gerou uma instabilidade econômica natural. Nos EUA estão faltando muitos produtos nas gôndolas. Eu acho que agora é (questão de) tempo (para) está se estabilizando, no mundo inteiro e no Brasil”, apontou em entrevista ao Correio.

Luiza também destacou a inclusão e o trabalho em conjunto para apresentar propostas consistentes que sejam boas para a sociedade. “Eu sou uma empresária de crise. Já vivi muitas. A gente está esperando melhorar. O Brasil está com juros muito altos e isso atrapalha um país que vive de crédito. A gente espera que a inflação e os juros caiam, para [a população] poder comprar. A geração de emprego é que faz a economia girar, então, parece que está voltando aos poucos”, explicou.

“A desigualdade social é uma responsabilidade nossa. Não apenas do governo. Somente unindo forças faremos diferença, pois saúde, educação e segurança têm que ser para todos, não podem ser para privilegiados”, finalizou.

Contudo, a empresária ponderou que o período eleitoral tende a atrapalhar a economia no país. “A gente ainda tá num ano eleitoral, coincidiu o pós-Covid com o período eleitoral. E todo mundo se preocupa mais com eleições do que com não sei o que. Mas estamos esperando estabilizar, afinal, sou uma otimista por natureza”, finalizou.

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