Dia das Crianças

Produtos e serviços para o público infantil sobem 6,11% no último ano

Cesta de produtos e serviços voltados para o público infantil sobe 6,11% nos últimos 12 meses, mostra pesquisa da FGV

Fernanda Strickland
postado em 13/10/2022 03:55
 (crédito:  Mariana Lins/Esp. CB/D.A Press)
(crédito: Mariana Lins/Esp. CB/D.A Press)

Em um cenário em que o nível geral de preços mostra deflação, por conta da redução de preços de combustíveis e commodities alimentícias, a cesta de 22 produtos e serviços mais procurados para o Dia das Crianças sofreu uma inflação acima da média geral. Enquanto o Índice de Preços ao Consumidor — Disponibilidade Interna (IPC-DI) acumulou aumento de 5,14% nos últimos 12 meses, os itens para o Dia das Crianças subiram, em média, 6,11%.

Os dados são de levantamento feito pelo pesquisador Matheus Peçanha, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre). A pesquisa mostra que os serviços e o lazer foram os itens mais afetados, acumulando um aumento de 7,36%, puxado pelos serviços de alimentação", como refeições em bares e restaurantes (8,64%), doces e salgados na rua (8,56%) e sorvetes fora de casa (7,29%).

O economista aponta que esse é um dos principais grupos que ainda puxam a inflação. "Com o fim da pandemia e a volta do trabalho presencial, esses serviços tiveram a demanda normalizada e puderam repassar custos que estavam há muito tempo represados. Isso (aparece) aliado a uma inflação de alimentos ainda elevada sobretudo no primeiro semestre deste ano", disse Peçanha.

De acordo com a pesquisa, no caso dos presentes, a cesta dos 11 produtos mais tradicionais teve um aumento médio de 3,23%. As maiores altas vieram principalmente do setor têxtil: roupas infantis (7,17%), calçados infantis (3,31%) e bonecas (9,06%). "O desarranjo nas cadeias globais de produção ainda se faz sentir, gerando problemas na aquisição de matéria-prima. Isso comprometeu a oferta em setores como o têxtil, o que gerou a pressão inflacionária", explicou o especialista da FGV.

Para Matheus Peçanha, é um momento de cautela. "A condição do mercado de trabalho está melhor que há um ano, mas os preços ainda corroem muito a renda das famílias. Com isso, a realização desse consumo fica muito onerosa para muitos pais, ainda que a expectativa por parte do comércio seja bem positiva e haja motivos para isso", observou.

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