Demanda do consumidor por crédito mantém trajetória de queda, diz Serasa

Procura por operações de crédito teve retração de 12,2% em setembro em relação ao mesmo período do ano passado. Brasileiros com renda pessoal mensal entre R$ 500 e R$ 1.000 foram os que menos buscaram recurso

Rafaela Gonçalves

postado em 20/10/2022 15:17 / atualizado em 20/10/2022 15:18

(crédito: Divulgação/Agência Brasília)

O Indicador de Demanda do Consumidor por Crédito, divulgado nesta quinta-feira (20/10) pela Serasa Experian, registrou a quarta queda consecutiva do ano e a mais expressiva. A procura por operações de crédito teve retração de 12,2% em setembro em relação ao mesmo período do ano passado. Os brasileiros com renda pessoal mensal entre R$ 500 e R$ 1.000 foram os que menos buscaram o recurso.

A queda, de acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, deu-se principalmente pelos juros muito elevados. “Com a taxa Selic marcando 13,75% ao ano, as linhas de crédito estão sendo ofertadas com custos mais elevados, o que inibe novas contratações e faz com que os consumidores sejam mais cautelosos com a tomada de recursos financeiros, impactando a maioria das linhas de crédito. A dica é reavaliar as despesas e poupar dinheiro para passar pelo final e início do ano que, historicamente, são marcados por gastos a mais”, avaliou.

A queda foi unânime em todas as regiões, mas o destaque ficou com o Sudeste (-13,9%), seguido pelo Sul (-12,2%) e Nordeste (-12%).

Metodologia do indicador

O Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito é construído a partir de uma amostra significativa de CPFs, consultados mensalmente na base de dados da Serasa Experian.

A quantidade de CPFs consultados, especificamente nas transações que configuram alguma relação creditícia entre os consumidores e instituições do sistema financeiro ou empresas não financeiras, é transformada em número índice (média de 2008 = 100). O indicador é segmentado por região geográfica e por classe de rendimento mensal.