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Lucro líquido dos bancos cresceu 49% em 2021, aponta BC

O crescimento da margem de juros, a redução das despesas com provisões e os ganhos de eficiência explicam a melhora dos resultados

O lucro líquido das instituições financeiras somou R$ 132 bilhões no ano passado, uma alta de 49% em comparação ao registrado em 2020. Segundo o Relatório de Economia Bancária (REB) de 2021, divulgado pelo Banco Central, a rentabilidade dos bancos retornou a níveis próximos dos observados antes da pandemia. De acordo com o documento, o crescimento da margem de juros, a redução das despesas com provisões e os ganhos de eficiência explicam a melhora dos resultados.

O economista sócio diretor da OpenInvest, César Bergo, explicou como a redução de despesas provocou um ganho de escala para os bancos. "Durante a pandemia, a implantação do home office e a revisão de seus quadros com relação ao tamanho da estrutura fizeram com que os bancos ganhassem eficiência, e isso resulta no ganho de lucratividade. A tendência é que isso continue, sobretudo com as taxas de juro altas que estamos vivendo", disse.

Bergo também ressaltou que o sistema financeiro talvez tenha sido o menos afetado pela crise sanitária, em função do alto nível de tecnologia. "O impacto com relação ao isolamento social não foi tão importante, porque as pessoas utilizavam o sistema eletrônico para fazer as suas transações. Além do que a chegada do Pix também ajudou que as transações não sofressem e tivessem continuidade", acrescentou.

O relatório apontou que as despesas com provisões, que já são contabilizadas como ocorridas mesmo que ainda não pagas, retornaram aos níveis pré-pandemia. "Dado o cenário econômico menos favorável previsto para 2022, a expectativa é de alta moderada na inadimplência (em direção aos níveis pré-pandemia). Esse movimento da inadimplência e a migração das carteiras para um mix de maior risco podem aumentar o nível de ativos problemáticos ao longo do ano", projetou a autoridade monetária.

As cinco maiores instituições financeiras do país concentravam 78,7% do mercado de crédito no segmento bancário em 2021, uma queda de 0,5 ponto percentual em relação ao ano anterior, conforme descreve o relatório. O percentual mostra trajetória de redução desde 2018. Incluindo o segmento não bancário, que engloba cooperativas, fintechs e financeiras, por exemplo, os maiores representavam 67,9% de operações de crédito, 0,6 ponto a menos do observado em 2020.

"A queda da concentração é observada em todos os agregados contábeis e, de forma mais intensa, nos depósitos totais", ressalta o relatório. Em relação aos depósitos, o grupo concentrava 75,9% no segmento bancário e 70% no não bancário. Os ativos totais das cinco maiores instituições, por sua vez, equivalem a 74,9% do total do segmento bancário e 65,2% do não bancário.

Outra novidade foi a mudança na metodologia para medir a concentração do sistema financeiro, que acabou tirando o Santander do grupo das maiores instituições financeiras brasileiras. Para se igualar aos padrões internacionais, o BC passou a considerar agora os quatro maiores bancos e não mais cinco, como antes.

As quatro maiores instituições, segundo o relatório, são Caixa, Banco do Brasil, Bradesco e Itaú. "A RC4 (quatro maiores bancos) mede o grau de concentração por meio da soma das participações das quatro maiores instituições financeiras em um dado mercado".

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Concessão de crédito

No ano passado, as concessões de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN) aumentaram 18,2%, a maior alta na comparação anual da série iniciada em 2011. Segundo o BC, com o avanço da vacinação e a retomada da atividade econômica, observou-se expansão significativa das operações de crédito às pessoas físicas, tanto nas linhas de crédito livre quanto nas de crédito direcionado.