Fintechs

Embedded finance: tendência que transforma empresa em banco ganha o consumidor

Levantamento realizado pela FIS Global apontou que 52% dos consumidores brasileiros disseram que confiariam em um sistema de embedded Finance oferecido por empresas que não atuam no setor financeiro

O sistema de embedded finance , fenômeno que transforma empresas em “bancos”, tem ganhado cada vez mais espaço e promete ser o futuro das fintechs. O sistema, que teve início há cerca de três anos, diz respeito a embarcar finanças em experiências que antes não tinham relação direta com o mundo financeiro, democratizando a tecnologia para o desenvolvimento de soluções financeiras como de lojas do varejo, por exemplo.

Um levantamento realizado pela FIS Global, divulgado com exclusividade nesta quarta-feira (26/10), apontou que 52% dos consumidores brasileiros disseram que confiariam em um sistema de embedded finance oferecido por empresas que não atuam no setor financeiro, e deste total, 35% confiariam, desde que essa organização tivesse credibilidade no mercado.

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A adesão a este tipo de plataforma de serviços integrados por meio de aplicativos ou loja de departamento, que não são do setor financeiro, é maior entre as gerações Z (56%), Y (59%) e X (54%). Entre os boomers, o interesse é de 42%. Ainda há os consumidores mais conservadores que preferem fazer transações somente em bancos, com 12% dos entrevistados. A pesquisa apontou, por outro lado, ser significativo o desconhecimento dos brasileiros sobre Embedded Finance, em que 33% afirmaram não saber do que se trata.

“Os dados nos mostram a necessidade da democratização da informação sobre embedded finance e como o sistema pode agregar para o dia a dia do consumidor. Esse é um movimento que deve acontecer dentro deste ecossistema, envolvendo a participação e a contribuição de instituições financeiras e organizações do setor que se propõem a adotar essas soluções para o consumidor”, disse o vice-presidente de Negócios da FIS, Anderson Lucas.

A pesquisa apontou ainda por qual meio o consumidor contrataria serviços financeiros, como investimentos, empréstimos e seguros — o entrevistado poderia indicar mais de uma opção. Os bancos tradicionais foram mencionados por 69% dos entrevistados, seguidos de fintechs e neobanks (59%) e marcas de varejo (25%). Uma pequena parcela (11%) disse que provavelmente não usaria serviços bancários.

Quando comparados aos dados geracionais, a ordem de preferência de contratação de serviços financeiros se manteve a mesma entre todas elas. Houve muita similaridade na preferência por bancos tradicionais com 68% entre todas as idades, exceto a geração X, com 70%. Os bancos digitais se destacam entre os jovens (geração Z), com 66%, e têm menos aderência entre os boomers (45%), embora o índice também seja representativo. Já a contratação por meio de uma marca de varejo é mais relevante para pessoas da geração X (28%).

Metaverso e mídias sociais

Cerca de 50% dos entrevistados afirmaram que utilizariam o metaverso nos próximos 12 meses para fazer compras, enquanto 42% para atividades de jogos e 39% para socialização, ou seja, para participar de reuniões e eventos virtuais. Os serviços bancários seriam acessados por 27% dos entrevistados, com maior aderência entre pessoas das gerações Y e X, com 28% e 32%, respectivamente.

Em relação a investir financeiramente em empresas presentes nesta plataforma, 50% afirmaram que considerariam os bancos digitais; 44%, os bancos tradicionais; e 24%, no setor varejista. Já 31% não consideram aplicar seus recursos via metaverso. Entre os produtos que estariam dispostos a comprar pelo metaverso, os brasileiros sinalizaram interesse em jogos (44%), ingressos para eventos (43%), vestuário/moda virtual (41%) e serviços financeiros (24%). Já 22% dos consumidores afirmaram que não pretendem adquirir produtos ou serviços neste ambiente virtual.

A pesquisa revela ainda que 13% dos respondentes afirmaram não saber o que é o metaverso. “Esse cenário indica que as empresas que estão migrando para este universo podem levar informação ao consumidor sobre as funcionalidades desse ambiente, porque este é um novo formato de interação entre diferentes públicos que pode ser amplamente explorado por empresas de diversos segmentos em consonância com os múltiplos perfis e necessidades da sociedade”, avaliou o vice-presidente de Negócios da FIS.

Em relação às mídias sociais, 69% dos entrevistados comprariam roupas, sapatos e acessórios por meio de plataforma de mídia social e 54%, artigos eletrônicos nos próximos 12 meses. Segundo o estudo da FIS, os descontos são o principal atrativo para 65% dos brasileiros que utilizam esse sistema. Apesar da praticidade da compra, 68% das pessoas disseram se preocupar com vendedores fraudulentos quando realizam suas transações por meio de redes sociais. O levantamento apontou também que 29% comprariam sem precisar ou então gastariam além de suas possibilidades (25%).

Os programas de fidelidade que oferecem vantagens para os clientes que realizam compras recorrentes são um grande motivador para os consumidores. Um total de 49% do público faria parte de um programa de fidelidade específico por meio de aplicativo móvel. Outros 45% dos entrevistados preferem ter um cartão de crédito com plano de fidelidade. Entre as gerações, esta opção é a preferida da geração Y, com 53%, seguida da geração X, com 50%.

Pesquisa

O material tem como objetivo conhecer o comportamento e o conhecimento dos consumidores com relação ao sistema de embedded finance, bem como esclarecer os serviços oferecidos em diferentes contextos: ambiente do metaverso, investimentos e instituições financeiras, além de varejo e viagens.

Realizado entre agosto e setembro deste ano, o levantamento consultou 6.000 consumidores de sete países — Brasil, Reino Unido, Austrália, Cingapura, Estados Unidos, Hong Kong e Índia —, e entrevistou pessoas entre 18 e 55 anos ou mais, contemplando as gerações Z (18-24), geração Y (25-40), geração X (41-54) e boomers (55 e acima).

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