Mercado

Dólar fecha em alta de 1,3% com indefinição sobre PEC da Transição

Demora nas decisões sobre orçamento levaram moeda a R$ 5,37 após dois dias consecutivos de queda

Marcos Braz*
postado em 22/11/2022 21:29
 (crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil.)
(crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil.)

Após dois dias de queda, o dólar subiu mais de 1% na sessão desta terça-feira (22/11) e voltou a fechar na linha de R$ 5,37. O movimento ocorreu em resposta às tentativas do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de tranquilizar os mercados sobre a possibilidade de descontrole fiscal. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o pregão em queda de 0,65%, aos 109.036,54 pontos. O volume negociado foi de R$ 27.957.103.456.

Houve uma movimentação para continuar a sequência ao movimento de baixa nas primeiras horas de negócios, quando o dólar furou o piso de R$ 5,30 e registrou mínima a R$ 5,2878 (-0,43%). No entanto, a moeda trocou de sinal logo em seguida e passou o dia operando no intervalo entre R$ 5,35 e R$ 5,36. Na meia hora final do pregão, o dólar acelerou e fechou cotada a R$ 5,3797, em alta de 1,30%, passando a acumular valorização de 4,14% em novembro.

Nas mesmas horas dos avanços do dólar, avançava também a informação de que Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, enviou relatório ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo invalidação de votos nas urnas fabricadas até 2020. A alegação é de haver inconsistências no resultado do segundo turno das eleições de 2022. Apesar de as chances de haver qualquer desdobramento prático desse pedido serem pequenas, o tumulto repercutiu no mercado.

Espera pela conclusão da PEC

A terça-feira foi marcada também pela digestão do mercado sobre a possibilidade de desidratação da PEC da Transição. Enquanto o texto não é reconfigurado para ser formalizado, investidores retomaram posições defensivas. Um dia antes, na segunda-feira (21/11), o dólar fechou em queda de 1,18%, a 5,3115 reais na venda. No dia, Lula falou sobre a postura fiscal do Brasil acalmando o mercado e dando indícios de que a PEC seria desidratada. Integrantes da equipe de transição estimam estar próximos de fechar o texto em consenso com conciliadores ligados ao Congresso.

O receio do mercado é sobre o prazo e volume de gastos fora da regra de limite do teto . “O teto já não está mais funcionando já faz algum tempo e precisa de algum tipo de controle fiscal. Ainda há incerteza em relação a isso. Essa oscilação que a gente vê está muito relacionado a isso”, explica Luciano Nakabashi, professor da Faculdade de Economia, administração e contabilidade de Ribeirão Preto (FEA RP-USP).

“A gente não sabe nem qual vai ser o nome, qual vai ser a linha do governo nessa área econômica”, diz Luciano Nakabashi. Para o professor, o mercado faz um movimento para conseguir mais informações sobre o novo governo. “Não adianta nada. A gente reduzir incerteza sabendo que está indo para beira do precipício, mas reduzir incerteza com com equipes econômicas que sejam bastante competentes”, completa.

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