FINANÇAS

Futuro das finanças corporativas é feminino, dizem especialistas

Analistas explicam como as mulheres podem e, muito provavelmente, vão liderar o mercado financeiro no Brasil

Fernanda Strickland
postado em 29/12/2022 16:59
 (crédito: Austin Distel/Unsplash)
(crédito: Austin Distel/Unsplash)

Ao analisar o atual cenário econômico do Brasil, especialistas perceberam que o futuro das finanças corporativas será ainda mais feminino do que hoje. Segundo eles, é nítido como a decisão de investir é feita mais racionalmente pelas mulheres do que pelos homens, isso se dá pelo fato de elas não terem medo de consultar pessoas especializadas no que diz respeito ao mundo dos investimentos.

Segundo dados da B3, o primeiro investimento da mulher é muito maior do que o dos homens. Ainda segundo a pesquisa, das mais de 350 mil mulheres que começaram a investir no ano de 2020, apenas 10% interromperam sua jornada após seis meses; com os homens, o índice de desistência chegou a 17% no mesmo período, ou seja, 70% maior.

“Estes números mostram que as escolhas masculinas, muitas vezes, não foram as mais adequadas ao cenário econômico do momento, entendendo que os homens procuram menos apoio especializado do que as mulheres”, comenta João Victorino, administrador de empresas e especialista em finanças pessoais.

“Estudando estes elementos, podemos inferir que as mulheres aportam uma quantia maior em seu primeiro investimento, comparado aos homens, por realizarem um processo de análise de maneira mais detalhada e serena, conseguindo se programar para cenários adversos que eventualmente surjam pelo caminho”, ressalta Victorino.

A mudança no mundo dos investimentos acontecerá em um futuro próximo, e o aumento do número de mulheres neste setor tende a crescer e a ter o maior acesso a informação confiável e de qualidade, proporcionando maior sensação de segurança e conforto às recém-chegadas neste mundo.

“Basta observar a evolução que o mercado de capitais apresentou nos últimos anos, deixando claro que a facilitação do acesso a este ambiente se mostra benéfica para toda a sociedade”, disse o especialista em finanças pessoais.

Desigualdade

É certo que a conquista feminina por espaço em cargos relevantes tem mudado a forma como é visto o seu relacionamento com o dinheiro. Na medida em que elas chegam a posições de liderança, a administração de seus investimentos pessoais é enxergada com a mesma seriedade usualmente direcionada a suas atividades no trabalho.

No que tange a remuneração média das mulheres, de acordo com os dados do IBGE, o salário delas é 20% menor do que o dos homens no Brasil. Por isso, é fundamental lutar pela igualdade salarial, bem como pela inserção em cargos de lideranças nas empresas e no setor público. Assim, as mulheres poderiam igualar, com facilidade, suas chances de ultrapassar os homens no mundo dos investimentos.

Ainda no que se refere ao mercado de trabalho, “Uma maior oferta de mão de obra feminina acarreta, muitas vezes, pouca força de negociação para melhores salários, fazendo com que as mulheres tenham que aceitar condições piores que a dos homens para garantir uma vaga no mercado de trabalho”, explica Victorino.

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