Novo plano econômico

Campos Neto diz não ter visto arcabouço, mas prévia parecia "bastante razoável"

O presidente do Banco Central declarou ainda, nesta quinta (30/3), que reconhece os esforços da Fazenda em diminuir a dívida pública

Victor Correia
postado em 30/03/2023 13:31 / atualizado em 30/03/2023 13:34
 (crédito:  AFP)
(crédito: AFP)

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou nesta quinta-feira (30/3) que ainda não viu o novo arcabouço fiscal apresentando pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, nesta manhã, mas ressaltou que a prévia “parecia bastante razoável”.

Campos Neto deu a declaração em coletiva de imprensa após apresentação do Relatório Trimestral de Inflação. A fala ocorreu quase ao mesmo tempo em que era feito o anúncio de Haddad sobre o novo marco.

“Entendemos que há uma boa vontade muito grande da Fazenda. Quando olhamos os parâmetros, sem calibragem, parecia bastante razoável. Mas faz algum tempo. Não quero fazer comentário sem saber como é o arcabouço, mas a gente reconhece o esforço que está sendo feito pela Fazenda. Denota preocupação com a trajetória da dívida”, disse o presidente do BC.

Juros altos para combater inflação

Haddad apresentou o novo arcabouço fiscal nesta quinta. A medida vai substituir o teto de gastos, aprovado durante o governo de Michel Temer (MDB). Uma das suas principais medidas é limitar o crescimento dos gastos a 70% da variação da receita primária dos últimos 12 meses.

Segundo o Banco Central, a apresentação do novo marco era requisito para que a autoridade monetária considerasse reduzir a taxa básica de juros, a Selic. Membros do governo federal vêm criticando Campos Neto e o BC pela manutenção da taxa e pelo tom duro dos comunicados e atas do banco. Haddad, por outro lado, adota um tom mais moderado.

O presidente da autarquia defendeu a medida. “O custo de combater a inflação é realmente muito alto, e parte desse custo é sentido a curto prazo. Mas eu diria, também, que o custo de não combater a inflação é muito mais alto, e é sentido a longo prazo, de uma forma muito mais severa”, enfatizou.

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