Conjuntura

Inflação desacelera em abril, mas fica acima do esperado puxada por remédios

Segundo os dados, divulgados nesta sexta-feira (12/5) pelo IBGE, saúde teve o maior impacto sobre o índice, influenciado pela alta dos medicamentos e reajuste dos planos de saúde

Rafaela Gonçalves
postado em 12/05/2023 09:50 / atualizado em 12/05/2023 09:50
 (crédito: Pixabay)
(crédito: Pixabay)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, voltou a desacelerar para 0,61% em abril. Segundo os dados, divulgados nesta sexta-feira (12/5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos 12 meses, o indicador acumula alta de 4,18%. No ano, a inflação acumulada é de 2,72%.

Apesar da desaceleração, o índice ainda ficou acima das expectativas do mercado. A projeção da corretora de investimentos Warren Rena era de que o indicador tivesse alta de 0,58%, ficando em 4,15% no acumulado em 12 meses. Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta, com destaque para saúde e cuidados pessoais, que teve o maior impacto sobre o índice, com variação de 1,49%.

“O resultado nesse grupo foi influenciado pela alta nos produtos farmacêuticos, justificada pela autorização do reajuste de até 5,60% nos preços nos medicamentos, a partir de 31 de março”, explicou o analista da pesquisa, André Almeida, que lembrou também o impacto dos planos de saúde, que sofreram reajuste, registrando alta de 1,20%.

Outro grupo que contribuiu para o resultado de abril foi o de alimentação e bebidas, que passou de 0,05% em março para 0,71% em abril. A principal colaboração foi da alimentação no domicílio, que havia apresentado deflação no mês anterior e teve alta de 0,73% em abril.

Impactaram os preços do tomate (10,64%), do leite longa vida (4,96%) e do queijo (1,97%). Entre os alimentos em queda, destaque para a cebola (-7,01%) e o óleo de soja (-4,44%). Já a alimentação fora do domicílio teve variação de 0,66%.

Transportes

Após uma variação de 2,11% em março, a inflação no grupo de transportes desacelerou e teve alta de 0,56%. “Contribuíram para esse resultado a queda de 0,44% dos combustíveis, que haviam registrado alta de 7,01% em março”, afirma o analista da pesquisa.

Apenas o etanol (0,92%) subiu no mês enquanto óleo diesel (-2,25%), gás veicular (-0,83%) e gasolina (-0,52%) tiveram queda nos preços. As passagens aéreas, por sua vez, voltaram a subir 11,97% em abril, após queda de 5,32% em março.

INPC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,53% em abril, abaixo do registrado no mês anterior (0,64%). No ano, o índice acumula alta de 2,42% e, nos últimos 12 meses, de 3,83%. Em abril de 2022, a taxa foi de 1,04%. Os produtos alimentícios apresentaram alta de 0,61% enquanto os produtos não alimentícios registraram inflação de 0,50%. Todas as áreas pesquisadas tiveram variação positiva. O IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC, as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação