ESPECIAL CORREIO DEBATE: OS CAMINHOS DO OURO

Brasil precisa de projeto de desenvolvimento sustentável para a Amazônia", Jungmann

No painel Caminhos políticos, desafios do mercado, a preservação do meio ambiente foi apontada como eixo de desenvolvimento

Rosana Hessel
Fernanda Strickland e HENRIQUE FREGONASSE*
postado em 17/05/2023 03:55
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O combate ao garimpo ilegal é um dos principais desafios do país para o comércio de ouro, porque a ilegalidade atinge praticamente metade da produção nacional, de acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, com base em dados do Instituto Escolhas.

Na abertura do primeiro painel do seminário Correio Debate: Caminhos do ouro, na tarde de ontem, Jungmann foi categórico na defesa de um projeto de desenvolvimento para a Amazônia que não fique só no papel e na regularização do comércio do metal precioso. Ele e o deputado federal Zé Silva (Solidariedade-MG), presidente da Frente Parlamentar da Mineração Sustentável, debateram sobre os caminhos políticos e os desafios desse mercado.

"O Brasil precisa de um projeto de desenvolvimento sustentável para a Amazônia, algo que nunca teve", disse o ex-ministro da Defesa e ex-presidente do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Na avaliação dele, o momento atual é propício para o Brasil dar prioridade para essa agenda, porque a questão climática está no centro do debate internacional.

"Precisamos, sim, de repressão para quem destrói, para quem mata, sem sombra de dúvida. Mas nós precisamos ter um projeto de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. Eu espero, torço que esse momento chegou, porque isso não é só um clamor dos brasileiros e brasileiras, é um clamor da humanidade pela sua própria existência", afirmou Jungmann. Ele ressaltou que é preciso solidariedade e uma ética intergeracional para transformar o meio ambiente. "Não existe nada mais imoral do que o que estamos deixando para as futuras gerações, nossos filhos e netos, uma natureza pior que a que recebemos, que já não está grande coisa", frisou.

O parlamentar, por sua vez, lembrou que o mundo vive o desafio de produzir alimentos e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente, o que só será resolvido quando a agroindústria e a mineração se tornarem sustentáveis. Nesse sentido, ele reforçou que é responsabilidade do Estado criar políticas públicas que permitam aos garimpeiros sair da ilegalidade, fornecendo os recursos para isso.

O secretário de Geologia e Mineração do Ministério de Minas e Energia também participou do debate, no Correio. Em sua palestra, Vitor Saback destacou o potencial de geração de emprego e renda da mineração e fez questão de separar os garimpeiros que trabalham legalmente do que chamou de "extrator ilegal", que "mata, desmata e contamina".

*Estagiário sob a supervisão de Vinicius Doria

 

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