
Embora ainda não descarte a possibilidade de um corte em agosto, o mercado passou a projetar como cenário mais provável uma redução da Selic só a partir de setembro, em reação ao resultado da reunião da quarta-feira (22/6) do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Por unanimidade, o colegiado manteve a taxa básica de juros em 13,75% e, contrariando as expectativas tanto do governo quanto de boa parte dos bancos, não indicou uma data para o início da flexibilização da política monetária. O Copom pregou "cautela e serenidade" contra a inflação.
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Pesquisa feita ontem pelo Projeções Broadcast com 36 instituições (entre bancos, administradoras de recursos e consultorias) mostrou que essa é agora a aposta mais forte no mercado. Dos entrevistados, 19 (53% da amostra) esperam queda da Selic apenas na reunião do Copom marcada para 19 e 20 de setembro. Nessa lista, estão nomes como JPMorgan, MB Associados e Itaú Unibanco. Do outro lado, 16 ainda veem chance de um corte no próximo mês, e uma casa (a ASA Investments) projeta uma flexibilização só em 2024.
Em compensação, na hipótese de o corte da Selic ficar mesmo só para setembro, a maioria dos consultados vê espaço para uma redução de até 0,5 ponto porcentual de uma só vez.
O Ibovespa, principal índice de referência da Bolsa brasileira, fechou o dia com queda de 1,23%, a 118,9 mil pontos. Segundo analistas, o movimento refletiu um ajuste das expectativas de investidores para a trajetória da Selic após o comunicado do Copom ter sido lido como mais duro do que o esperado. "Talvez o mercado estivesse um pouco otimista demais com a possibilidade de uma mudança brusca de direção do BC, que, obviamente, não viria. E, por isso, hoje (ontem) estamos vendo empresas ligadas aos juros devolvendo boa parte dos ganhos", disse o analista da Empiricus Research João Piccioni.
No caso da Bolsa, outros fatores também pesaram. Os bancos centrais de Reino Unido, Turquia, Noruega e Suíça elevaram juros, enquanto o presidente do Federal Reserve (o BC americano), Jerome Powell, acenou com mais aumentos da taxa básica à frente. Já o câmbio ficou praticamente estável (alta de 0,09%), cotado a R$ 4,77.
CMN
A percepção dos analistas é de que, a despeito de sinais positivos nos últimos meses como a queda de inflação, os diretores do BC condicionam o corte da Selic ao resultado de reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) que vai definir as novas metas de inflação para 2023 e anos seguintes. O encontro do CMN - que reúne os ministros da Fazenda e do Planejamento, mais o presidente do BC - está marcado para o próximo dia 29. A expectativa é de que isso ajude a puxar as projeções de inflação futuras para baixo, abrindo espaço para a redução da Selic.
*As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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