Crédito

Bancos públicos vão financiar indústria a juros baixos, diz presidente

Lula afirmou, durante evento da Apex Brasil, que não quer prejudicar os bancos privados, mas, sim, impulsionar o desenvolvimento do país

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Abertura do 6º Brasil Investment Forum – BIF 2023

 -  (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Abertura do 6º Brasil Investment Forum – BIF 2023 - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
postado em 07/11/2023 13:37 / atualizado em 07/11/2023 14:00

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que pretende utilizar os bancos públicos para conceder empréstimos a juros baixos e, assim, desenvolver a indústria nacional.

"Vocês se lembram que na crise de 2008 este país não quebrou por causa dos bancos públicos. No nosso governo nós vamos usar os bancos públicos, não para prejudicar os bancos privados, mas para oferecer alternativas e oportunidades de crédito barato, a juros de longo prazo, para que a indústria brasileira se transforme definitivamente numa indústria competitiva", disse o petista nesta terça-feira (7/11), no Palácio Itamaraty, durante a abertura da sexta edição do Brasil Investment Forum (BIF), evento da Apex Brasil, agência de desenvolvimento das exportações nacionais.

Entre as instituições públicas, o presidente ressaltou que o BNDES irá "voltar a ser um banco de investimento, que é para isso que ele foi criado, emprestando dinheiro a taxa de juro baixa e de longo prazo para desenvolver a indústria".

O chefe do Executivo fez questão de ressaltar que essa utilização das instituições públicas não será para subsidiar as empresas, mas financiar o crescimento. "Nós não vamos subsidiar, nós vamos apenas incentivar quem quiser fazer investimento para fazer carro verde, bicicleta verde, carne verde", destacou.

Privatizações

No evento, voltado para um público de empresários brasileiros e estrangeiros, o presidente reforçou que não pretende vender ativos e defendeu o papel do Estado como indutor da economia. "A gente não precisa diminuir o Estado para valorizar a iniciativa privada", disse Lula.

"No nosso governo, a gente não vai tentar vender a cama para a gente dormir no chão. Não, a gente não vai vender ativos públicos. A gente vai fazer com que eles se tornem tão competitivos e que eles compartilhem relação com a iniciativa privada para que a gente possa melhorar."

Lula ressaltou, ainda, que o Brasil tem um grande potencial de desenvolvimento e que o governo não deve fazer investimentos para ocupar o espaço da iniciativa privada, mas para ajudar no desenvolvimento do país.

"É importante a gente saber que o Estado, se ele não se metesse a empresário, mas se ele se colocasse como indutor da economia de um país, a gente poderia ter o Estado fazendo investimentos sadios para que a gente possa crescer."

Desenvolvimento sustentável

O petista ressaltou que o Brasil vive um momento muito positivo e comparou o terceiro mandato com seus governos anteriores.

“Eu já fui presidente de um país que era conhecido como um país do terceiro mundo, depois eu fui presidente que foi considerado um país em desenvolvimento. Agora, eu sou presidente de um país do sul global. Isso é muito mais poderoso, muito mais bonito. Hoje, nós somos pertencentes à família do sul global e, juntos, formamos quase 50% da população mundial, juntos formamos mais de 20% do comércio mundial.”

Emergência climática

Lula também apontou que o país tem uma janela de oportunidade com a preocupação climática mundial e disse que essa não é mais uma questão somente para alguns acadêmicos.

“O mundo está se dando conta que a questão climática não é mais loucura de professor da USP (Universidade de São Paulo), não é mais loucura de ambientalista, é o recado que a gente está vendo nos ciclones, nos furacões, nas secas.”

E reforçou a aposta de que o país pode ser tornar o maior produtor mundial de energia limpa e renovável. "O Brasil tem tudo para que a gente tire proveito do momento histórico em que estamos vivendo, para que, nessa transição energética, nós possamos fazer a nossa revolução industrial", disse.

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