AGRONEGÓCIO

Café do interior paulista bate recorde de venda em leilão internacional

A japonesa Sarutahiko Coffee adquiriu três sacas do café Geisha por R$ 84,5 mil a cada 60kg

Ricardo Madureira, presidente da Orfeu:
Ricardo Madureira, presidente da Orfeu: "É mais desafiador obter uma alta qualidade no processo de via seca, pois os grãos não são lavados após a colheita" - (crédito: Divulgação)
postado em 13/12/2023 11:45 / atualizado em 13/12/2023 11:45

O café Geisha, produzido na Fazenda Rainha pela Orfeu Cafés, em São Sebastião da Grama (SP), alcançou um feito histórico ao ser vendido por R$ 84,5 mil a saca de 60kg no leilão dos cafés vencedores do Cup of Excellence 2023. Esse valor é o mais alto já pago por um café brasileiro. A japonesa Sarutahiko Coffee adquiriu três sacas.

O lote do Geisha foi o grande vencedor na categoria via seca do concurso promovido pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Alliance for Coffee Excellence (ACE). O leilão, que ocorreu no dia 6 deste mês, contou com a participação de outras 29 amostras premiadas no Cup of Excellence. O Japão está entre os principais compradores de café brasileiro, tendo adquirido cerca de 2,07 milhões de sacas entre janeiro e novembro deste ano.

Em entrevista à revista Globo Rural, o presidente da Orfeu, Ricardo Madureira, atribuiu o valor alcançado no leilão à qualidade excepcional do café e ao método de produção via seca. "É mais desafiador obter uma alta qualidade no processo de via seca, pois os grãos não são lavados após a colheita. Isso exige um timing preciso para a colheita. Por secar na própria planta, o açúcar da polpa é transferido para o grão, resultando em uma bebida mais doce", explicou o executivo.

Devido à sua localização a mais de 1.500m de altitude, o café Geisha requer cuidados especiais, como a utilização de plantas de cobertura. Além disso, a fazenda mantém 35% de sua área com floresta nativa no cafezal. "Todos esses fatores contribuíram para elevar o preço do café no leilão", ressaltou Madureira.

O leilão arrecadou um total de R$ 1,5 milhão após quase nove horas e três mil lances. Esse valor refletiu na cotação média dos lotes, que chegou a R$ 13 mil a saca. O segundo maior lance foi dado pelo Grupo Cafeza, do Brasil, ao café de via úmida (cereja descascado, despolpado ou desmucilado) produzido na Fazenda Rio Verde, da Ipanema Agrícola, localizada em Conceição do Rio Verde (MG). A saca foi adquirida por R$ 40,7 mil.

Já o terceiro maior lance foi feito pela chinesa Decameron Coffee ao café do tipo fermentado da mesma propriedade, alcançando o valor de R$ 32,7 mil por saca.

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