Bancos

BRB ainda não bateu martelo sobre Master

A informação é do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que participa, em Washington, do Lide Brazil Development Forum

Washington e Brasília - O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou, nesta segunda-feira, no Lide Brazil Development Forum, em Washington, que o Banco de Brasília (BRB), subordinado ao GDF, não desistiu de comprar o Banco Master. Além disso, defendeu um socorro à instituição financeira, alegando que "pode trazer um grande risco para o sistema financeiro como um todo".

"A dilapidação do Master, que está se mostrando, pode trazer um grande risco para o sistema financeiro como um todo. Quanto antes o Banco Central soltar isso, até para dar oportunidade para o BRB avaliar se vai avançar no negócio ou se vai desistir. E desistindo, se outra instituição, seja privada ou pública, tem interesse em comprar esse capital", argumentou o emedebista, que defendeu a nacionalização da instituição financeira com a operação.

Na noite do último dia 3, o BRB informou ao mercado, por meio de fato relevante, que o Banco Central barrou a operação de compra do Banco Master, envolvendo a aquisição de 49% das ações ordinárias (com direito a voto) e 100% das preferenciais (sem direito a voto, mas com prioridade no recebimento de dividendos). Na ocasião, informou que "apresentou solicitação de acesso à íntegra da decisão, com o objetivo de avaliar seus fundamentos e examinar as alternativas cabíveis". Na mesma linha, o Master continuava, ontem, informando em sua página na internet que "aguarda ter acesso à íntegra do documento para avaliar seus fundamentos e examinar as alternativas cabíveis sobre a decisão do Banco Central a respeito da negociação com o BRB".

Ibaneis reforçou que o BRB continua aguardando a íntegra da decisão e somente depois de conhecer os fundamentos, o banco deverá decidir qual saída seguir. "Se for inviável, nós vamos parar e vamos, realmente, trabalhar outras oportunidades para que o BRB possa avançar e continue crescendo", afirmou.

Após o recebimento da íntegra do veto, o banco tem até 10 dias para solicitar uma revisão, contudo, fontes próximas do BC afirmam que a decisão da diretoria colegiada dificilmente será revista. Na tarde desta terça-feira (9/9), o presidente do Master, Daniel Vorcaro, se reune, em Brasília, com o presidente do BC, Gabriel Galípolo. A audiência foi fechada à imprensa e, na agenda da autoridade monetária, o tema da reunião foi "assuntos institucionais".

O governador afirmou que a demora do BC em enviar a decisão ao BRB pode onerar os cofres públicos em torno de R$ 5 bilhões, que é a estimativa de desembolso do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) para os clientes do Master. O FGC é uma espécie de seguro para o investidor, com limite de até R$ 250 mil por CPF em cada instituição financeira.

Ao ser questionada pelo Correio sobre a operação de compra do Master pelo BRB, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) afirmou que "não comenta casos específicos".

A jornalista viajou a convite do Grupo Lide

 

Mais Lidas