As ações da Hapvida (HAPV3), maior operadora de planos de saúde da América Latina, voltaram a fechar em queda nesta sexta-feira (14/11). Desta vez, de 5,82%. O movimento ocorre um dia após o papel da empresa perder mais de 40%, ou R$ 6,8 bilhões em valor de mercado, de acordo com levantamento da Elos Ayta Consultoria.
O derretimento das ações ocorreu logo após a operadora registrar um lucro líquido de R$ 338 milhões no terceiro trimestre de 2025, o que representa uma alta de 12,7% ante o mesmo período do ano anterior. Apesar do balanço positivo, os investidores não receberam bem o resultado, visto que esperavam um lucro ainda maior.
Diante disso, o Conselho de Administração da Hapvida decidiu, na noite da última quinta-feira (13), aprovar um programa de recompra de ações que visa até 70 milhões de papéis da empresa. De acordo com um comunicado feito pela operadora, o programa terá duração de 18 meses e as ações recompradas serão mantidas em tesouraria ou canceladas, sem redução do capital social.
Analistas divergem sobre oportunidade
Com o valor de mercado em queda, as ações ficam mais baratas e podem ser atrativas para o investidor, que pensa em um retorno mais rápido, caso as ações voltem a se valorizar em breve. Com esse pensamento, o analista e sócio da Vokin Investimentos, Guilherme Macêdo, acredita que o momento indica uma boa oportunidade para quem pensa em comprar esses papéis.
“A empresa tem uma dívida bem baixa, praticamente sem dívidas, opera um setor que é importante, que é a saúde, está em um lugar importante, que é São Paulo, é muito forte no Norte e Nordeste, também, mais de 80 anos de empresa, e ontem, com essa queda, o próprio grupo controlador anunciou recompra de ações. Então, é por esses fatos que Hapvida está longe de ser um “value trap” (risco de queda maior)”, destaca.
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Por outro lado, o analista de investimentos Felipe Sant’Anna discorda da visão e conta que não investiria nas ações da operadora neste momento. “O papel já vinha mostrando alguns sinais de cansaço e, mesmo com lucro, é um setor muito complicado, que é o da saúde”, avalia.
“Então, isso pode prejudicar no médio e longo prazo, à medida em que a gente tem um grande grau de endividamento das famílias, poderemos experimentar algum tipo de inflação um pouco maior no ano que vem por conta das eleições. Tudo isso sempre impacta o custo com saúde do brasileiro”, completa o analista.
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