EMPREENDEDORISMO

Mercado Digital: empreendedores conseguiram se adaptar?

Pandemia causou revolução digital, mas, e depois? Empreendedores estão prontos para permanecer online?

Da Redação
postado em 20/12/2022 16:29
 (crédito: Freepik/Divulgação)
(crédito: Freepik/Divulgação)

A tecnologia faz parte do mundo contemporâneo e é utilizada diariamente por, praticamente, todas as pessoas. Seja no trabalho, em casa ou no lazer.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, realizada pelo IBGE em 2021, 90% dos lares brasileiros possuem internet.

Os números apontam que são 65,6 milhões de domicílios conectados. 5,8 milhões a mais do que o registrado em 2019.

A internet mudou padrões culturais, incluindo os de consumo, e, com isso, nasceu o marketing digital, que tem o objetivo de reunir informações em diversos meios digitais para promover produtos e alavancar vendas.

O conceito surgiu na década de 90 e transformou as formas de comércio e relações de consumo.
Antes, para ter acesso a um produto, era preciso ir até à loja para visualizá-lo e buscar informações com o vendedor.

Hoje, por meio do marketing digital, as informações estão disponíveis na tela e, para fisgar o consumidor, as empresas, sejam de grande ou pequeno porte, passaram a investir em plataformas digitais, ficando cada vez mais presentes no mundo virtual.

Uma pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2021, revelou que 70% das pequenas empresas realizam negócios online, sejam eles por meio de vendas nas redes sociais ou aplicativos.

A imersão no mundo digital

O que estava mudando em razão do avanço tecnológico, foi acelerado com a chegada da pandemia.
Os protocolos sanitários, estabelecidos pelas autoridades de saúde, fecharam as portas do comércio físico, porém abriram janelas para o mercado digital.

De portas fechadas, os comerciantes precisaram buscar soluções para o seu marketing digital, reconhecendo que a adaptação custaria menos do que aceitar os prejuízos por estar fora dele.

A adaptação ainda continua

Se o orçamento é curto e se cercar de especialistas em alavancar vendas na internet não é possível, o empreendedor precisa estudar e se aprofundar no tema, e, para isso, ter um plano de marketing é essencial.

Segundo Bruna Bozano, especialista em negócios digitais, organizar uma lista de prioridades estratégicas, ajuda a obter bons resultados sem precisar correr grandes riscos. As principais, seriam:

  • Fazer pesquisas: O empreendedor precisa identificar quais são seus concorrentes e suas vulnerabilidades e, principalmente, quem é o seu público e o que ele quer consumir,
  • Definir objetivos: Em quais plataformas vai expor os produtos, quais são esses produtos e como se tornar autoridade no assunto.
  • Estabelecer metas: Colocar no plano de marketing onde quer chegar ajuda a perceber se está cumprindo os objetivos e se está seguindo o caminho certo.
  • Produzir conteúdos: Os produtos precisam de visibilidade, então é preciso definir os tipos, formatos e a periodicidade.
  • Dar feedbacks: Ter uma relação transparente com o cliente é a porta de entrada para a garantia de confiança e consequentemente fechar o negócio. Ao criar um canal de comunicação, é importante dar retornos aos clientes quando for procurado. Isso dará sensação de segurança e confiabilidade.

O poder da internet na decisão de compra

A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) realizou uma pesquisa nas 27 capitais do país para identificar as formas de consumo do brasileiro e constatou que 97% das pessoas buscam informações na internet antes de comprar em lojas físicas.

Segundo especialistas, mais do que manter uma página de vendas é preciso nutrir o consumidor de informações.

Em um bate-papo com alguns gerentes de e-commerce dos principais nichos de mercado, foram revelados segredos interessantes a respeito das estratégias para captar a atenção do consumidor.

Um dos gestores do grupo explicou como seu negócio digital, focado em cosméticos e produtos para o público feminino, consegue se destacar entre os concorrentes, dentro de um ramo tão competitivo.

“Ao fazer uma pesquisa sobre a linha NiinaSkin, por exemplo, o consumidor nem sempre quer realizar a compra de um produto. Ele pode estar, simplesmente, tentando descobrir se ele funciona e se outras pessoas também o recomendam. A estratégia que aplicamos é oferecer informações tão completas que ele não sinta necessidade de pesquisar em mais nenhum local. Funcionalidades, efeitos, relatos das experiências de outros consumidores, propriedades, contra indicações, entre outras informações que, muitas vezes, nem o vendedor da loja física poderia entregar”.

E se a busca é por um eletrodoméstico ou produtos de tecnologia, que costuma custar mais que outros itens do varejo, essa pesquisa costuma demorar muito mais.

O consumidor procura pelo menor preço, pelo maior cashback, pelo parcelamento sem juros, pela nota do produto em sites de reclamações, pelo número de avaliações, e muitos outros dados, que precisam ser colocados à disposição do cliente da forma mais facilitada possível.

No marketing digital, as empresas precisam oferecer soluções satisfatórias, rápidas e eficientes para os clientes.

É preciso apresentar, sem enganar o consumidor, soluções que são mais favoráveis do que as do concorrente.

Apresentar ofertas, despertar empatia, mostrar que os produtos são limitados e demonstrar a relevância social do produto, são algumas das formas de desencadear os gatilhos de compras.

Quanto mais o empreendedor nutre os consumidores com informações, maior é o valor enxergado em seus produtos.

Dados levantados pela HubSpot, empresa americana de produtos de software para marketing, apontam que 54% dos consumidores desejam ver mais conteúdos de marcas que têm interesses.

É preciso desenvolver conteúdo que promova proximidade, que esclareça dúvidas e que mostre a relevância social. Empresas que promovem empatia e que estão inseridas em debates contemporâneos tendem a ser bem vistas pelos consumidores.

O marketing digital para pequenas empresas

Segundo a Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, o Brasil possui mais de 19 milhões de microempresas ativas. Elas representam 70% do total de empresas no país.
Enquadram-se como microempresas as que faturam até R$360 mil anualmente.

Já as empresas de pequeno porte têm faturamento entre R$360 mil e R$4,8 milhões anuais.

Investir em marketing digital pode ser difícil para alguns empresários, mas marcar presença na internet é criar alternativas de consolidação de venda. É um facilitador para o consumidor ter acesso ao produto e, por isso, entre tantas outras coisas, é preciso aprender a tratar a rede como vitrine.

O empreendedor pode começar pelas redes sociais. Alternativa simples e barata (a princípio) para criar conteúdos e expor produtos.

O SEO também é uma forma de promover engajamento. Tem o objetivo de evidenciar a marca nas páginas de busca por meio de palavras-chave.

Outra técnica que pode ajudar o empreendedor a expandir os negócios é realizar marketing de conteúdo, que auxilia o público a solucionar algo por meio de produtos.

Promover marketing digital, principalmente para as pequenas empresas, é se conectar e angariar novos clientes. É ganhar visibilidade e projetar crescimento.

Tentar resistir a esse avanço pode causar decepção, tanto para o consumidor, que perde grandes oportunidades de economia e informação, quanto para o vendedor, que deixa de contar com a limitação geográfica (entre outras) para realizar seus negócios.

* Este texto não representa a visão do Correio Braziliense

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