Nova diretrizes da educação

A educação e o desafio de formar cidadãos do futuro

Em live sobre educação, a diretora-geral das escolas premium do grupo SEB apresenta trajetória da educação e seu vínculo com a sociedade que resultam nas demandas do cidadão do século 21

Correio Braziliense
postado em 02/09/2020 19:24 / atualizado em 02/09/2020 19:52
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

A pandemia do novo coronavírus foi muito além de todos os impactos na saúde e na economia do país. A covid-19 provocou a antecipação de uma mudança na educação que era esperada somente para daqui a uma década. Nos últimos cinco meses, uma nova realidade se impôs às escolas, que precisaram evoluir e se transformar com uma velocidade até então inimaginável.
O especial Novas diretrizes da educação, do Correio Braziliense, trouxe para o debate a diretora-geral das escolas premium do Grupo SEB, Lady Christina Sabadell. Em pauta, os caminhos da educação do século 21. “A gente tem um novo perfil de colaborador emergindo na sociedade. E a escola deve acompanhar essa transformação. Ela é o maior núcleo de formação além da família”, afirma professora, que é pedagoga e psicopedagoga, mestre em educação e com MBA em negócios pela Universidade de São Paulo (USP).

Ainda que a reforma do ensino médio, aprovada em 2017, tenha em seu escopo boa parte das modernizações necessárias para atender a esse novo perfil profissional, no qual são preponderantes, mais do que nunca, características como as soft skills, ficou definido que os currículos estaduais somente deveriam ser adaptados e implementados até o início das aulas de 2022. “Nós fomos assolados por uma pandemia e estamos há cinco meses lidando com esse desafio. Nunca foi tão importante você viver a cooperação para buscar soluções, a criatividade para pensar como agir e sobreviver diante desse cenário, a habilidade de resolver problemas e, ainda, manter o foco, porque, num mundo digital, os estímulos são muitos”, destaca Lady Christina.

Mas o que são as soft skills? Tratam-se de habilidades socioemocionais, como resiliência, empatia e comunicação (veja quadro). “A grande questão é: qual é a estrutura escolar que forma esse jovem? É uma escola que pressupõe a interação na sua dinâmica pedagógica, que acredita que o conhecimento se constrói junto. Diferentemente da educação anterior, quando a família educava e a escola dava a informação”, esclarece a pedagoga.

A evolução disso é o que já se vê hoje no mercado de trabalho, com a procura por profissionais que tenham pensamento crítico, que usem a tecnologia não apenas como ferramenta, mas como linguagem. “É usar o conhecimento para resolver problemas. Por exemplo, estamos desenvolvendo em nosso grupo de escolas uma solução para os colaboradores não terem que usar transporte público. Nossos alunos estão produzindo um aplicativo para a comunidade escolar se apoiar num movimento de carona solidária”, aponta a pedagoga.

Se criatividade e inovação são palavras-chave, o oposto disso são as habilidades menos valorizadas atualmente. E foram justamente elas que os adultos de hoje se acostumaram a explorar na escola do passado. “Eram habilidades de memória, de conceitos e conteúdos, tudo isso que está disponível na internet para qualquer um acessar”, explica Lady Christina.

É a chamada pedagogia da nuca: um olhando para a parte de trás da cabeça do colega sem vivenciar essa interação. “Hoje, temos resultados de pesquisas da neurociência e da psiquiatria que apresentam como o indivíduo aprende, quais são as melhores situações que o fazem assimilar o conteúdo. É menos lendo e mais interagindo, elaborando com o outro”, afirma a diretora-geral das escolas premium do Grupo SEB.

Essa dinâmica de refletir e fazer, que se traduz muito bem no movimento maker, é mais eficiente do que o modelo passivo, no qual os alunos apenas ouviam ou observavam, sem interação entre eles. “É prototipar, fazer simulações, discutir e argumentar. Muito mais produtivo do que ficar passivo, apenas ouvindo ou observando. A perspectiva para a educação do século 21 é formar um indivíduo que saiba aprender, que saiba buscar e selecionar a informação.”

Sobre o Grupo SEB
O Sistema Educacional Brasileiro (SEB) é, hoje, uma das mais sólidas e respeitadas instituições educacionais do Brasil, administrando diversas escolas próprias em diferentes estados, como o Pueri Bilíngue Candanguinho.

Fruto da união do Pueri Domus de São Paulo, com mais de 56 anos de excelência em educação, e do CECAN Candanguinho — tradicional escola da capital federal, também com mais de meio século de funcionamento —, o Pueri Bilíngue Candanguinho é uma instituição bilíngue, integral e inovadora que dá ao aluno acesso a ferramentas e repertório que o habilita a resolver problemas atuais e do futuro. Os estudantes são estimulados a responder aos desafios não só com seus recursos cognitivos, mas também — e principalmente — com os não cognitivos.

A proposta pedagógica é fundamentada na construção do pensamento crítico em dois idiomas, proporciona fluência digital e promove o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, características fundamentais para o cidadão do futuro e de um mundo sem fronteiras.

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"Sem as famílias apoiando, seria inviável"

Em meio à pandemia de covid-19, uma dúvida que surge entre pais e alunos é: como proporcionar em casa o mesmo desenvolvimento que as crianças teriam na instituição de ensino? Neste momento, ganha ainda mais força o vínculo família-escola. “Sem as famílias apoiando, seria inviável”, admite Lady Christina. “A escola entrou na casa da família e a família entrou na sala de aula. E isso foi muito positivo. Os professores ganharam uma valorização muito grande da família, um reconhecimento pelo esforço e a dedicação, já que tiveram que repensar o jeito de dar aula”, destaca.

E o movimento maker, tão importante nesse processo de crescimento do estudante, teve que “se mudar” para a casa dele. “A escola tem toda a estrutura montada para isso, é um ecossistema de aprendizagem. Tudo é pensado para essa aprendizagem ativa. Com o ensino remoto, ficou muito mais desafiador”, afirma. “Tivemos, por exemplo, a oportunidade de organizar esse conhecimento e levar para os meninos, mesmo em casa, construírem, manipularem uma maquete com a sucata que eles tivessem em casa. A escola tem que estar aberta a pensar que esse conhecimento deve estar o mais materializado possível. Quando eu penso, manipulo, eu assimilo muito mais os conceitos”, descreve.

Para os pais que se questionam se essa educação ativa, multidisciplinar, pode ser tão eficiente quanto o velho método da memorização na hora de fazer o vestibular, o Programa de Avaliação Seriada (PAS) ou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a diretora-geral das escolas premium do Grupo SEB tem a resposta na ponta da língua: “O aluno que não experimenta e não tem repertório não consegue fazer a redação nota mil do Enem. Não é só técnica e estrutura. O próprio PAS tem conteúdo de arte e cinema muito forte. A experiência de resolver problemas, fazer projetos, buscar conhecimento é a prática das questões dos vestibulares atuais”, explica Lady Christina.

Exemplos de soft skills em alta no mercado

Colaboração
Saber trabalhar em grupo

Flexibilidade
Adaptar-se às mudanças

Trabalhar sob pressão
Gerenciar estresse  sem perder o foco

Comunicação eficaz
Ouvir atentamente e se comunicar de maneira clara

Orientação para resultados
Atingir o resultado final da maneira mais eficaz possível

Liderança de equipe
Saber como motivar e engajar grupos



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