PRONTOS PARA AJUDAR

Conheça histórias de voluntários em projetos de assistência social

Nada de aposentadoria. Conheça histórias de pessoas, voluntárias em projetos de assistência social, como o dr. Paulo de Tárcio Álvares, 78 anos. Um trabalho que "dá muita alegria", destaca

Thays Martins
postado em 20/04/2021 23:54 / atualizado em 21/04/2021 18:50
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press                             )
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press )

O escritor uruguaio Eduardo Galeano uma vez disse que “muita gente pequena, em lugares pequenos, fazendo coisas pequenas, pode mudar o mundo”. Talvez essa seja uma boa forma para definir o trabalho feito por voluntários. Ao mesmo tempo em que nos deparamos com tantas dificuldades no mundo, eles estão fazendo ações que impactam positivamente alguém. Algumas dessas pessoas deixam o descanso merecido da aposentadoria de lado para se dedicar a ajudar o próximo. Conheça alguns desses voluntários:

Todo agradecimento aos profissionais de saúde ainda é pouco, diante de tudo que foi enfrentado durante o último ano. Esse agradecimento ainda tem que ser dobrado, quando se trata de profissionais que já se aposentaram e, mesmo assim, não deixaram o ofício de lado. Mas antes mesmo da pandemia, médicos como o cirurgião pediátrico dr. Paulo de Tárcio Álvares, 78 anos, já faziam contribuições voluntárias. Aposentado desde 2016, dr. Paulo agora se dedica ao atendimento de crianças carentes na Villa Samaritana, em Planaltina; e em Abadiânia, a 95km de Brasília.

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O trabalho teve que ser interrompido durante a pandemia devido ao médico ser do grupo de risco. Mas, com a primeira dose da vacina tomada, ele não vê a hora de poder voltar ao serviço. “Dá muita alegria, é um trabalho muito gratificante. É um pessoal necessitado. Pena que a pandemia veio. Mas assim que melhorar, quero voltar com força total”, destaca. Goiano, dr. Paulo atuou durante 49 anos em Rio Verde (GO) Após a aposentadoria, se mudou para Brasília. Por aqui, o médico chegou a trabalhar durante um ano no Hospital de Base, quando o HB ainda se chamava Hospital Distrital.

Meio ambiente

Aposentado da Secretaria de Educação do DF desde 2008, o professor Raimundo Pereira Barbosa, 66, decidiu fazer um mestrado na área ambiental. Dos estudos, surgiu a ideia de ajudar a salvar o Ribeirão Sobradinho, que corta a cidade em que ele vive há 56 anos. “Fiz uma lista do risco ambiental que a ocupação que tem aqui trazia para o Ribeirão Sobradinho e, de certa forma, ela matou o rio. Reuni pessoas que eu conhecia, colegas da época de adolescente e começamos a fazer campanhas no sentido de conscientizar”, lembra. Foi assim que, há 11 anos, nasceu o SOS Sobradinho.

Nessa mais de uma década de dedicação ao trabalho voluntário, Raimundo destaca que foram muitos os desafios, como o fechamento da sede da associação em 2015 e portas fechadas nos governos para negociações. Mas o trabalho continuou. Hoje, em torno de 30 pessoas estão envolvidas no projeto, todas voluntárias. Somam-se também parcerias com a Universidade de Brasília (UnB) e com escolas públicas de Sobradinho. Mesmo sem recursos, o projeto deu frutos. “Conseguimos pressionar o governo a contratar um estudo sobre a recuperação da bacia, que vai durar dois anos e custará R$ 400 mil. Agora estamos à espera para iniciar o processo de recuperação que deve ficar muito caro. No ponto de vista da comunidade, a gente continua trabalhando para conscientizar as pessoas.

Desde 2019 plantamos 8 mil mudas de árvores. Mesmo com a pandemia, um grupo de umas 12 pessoas está fazendo pequenas ações”, destaca.

Educação pela paz

Para Elza Miranda, 68, ajudar o próximo é um lema de vida. Aposentada do serviço público, a pedagoga se dedica, há seis anos, ao trabalho voluntário na Universidade Holística Internacional de Brasília (Unipaz), onde atua com a parte de projetos. “Eu me sinto muito bem quando posso ajudar de alguma forma. Na Unipaz, coloco meu conhecimento a serviço das pessoas”, explica. Mesmo durante a pandemia, Elza explica que o trabalho não parou. Agora atua de forma on-line, por meio de lives e orientações via telefone. Mas ela não vê a hora de poder voltar para o presencial. “Eu sinto falta dessa aproximação. Sinto falta desse contato com as pessoas. Acho que isso é coisa do brasileiro, que gosta de contato”, destaca.

Além do voluntariado, Elza também tenta ajudar da forma que consegue, principalmente em tempos difíceis como os que estamos vivendo. “Eu gosto de fornecer alimentos, contribuir com instituições que dão assistências. Isso é muito importante nestsa época. Estamos vivendo uma crise econômica muito grande”, afirma.


Contatos

Acolhimento
Além de atendimento médico, a Villa Samaritana atua com acolhimento da população da comunidade com diversas frentes como a reintegração social para a população de rua e atividades culturais para crianças em situação de vulnerabilidade.

» Saiba mais: www.villasamaritana.org.br

Proteção
A Associação SOS Ribeirão tem como focoo salvar o Ribeirão Sobradinho, que contorna a cidade de Sobradinho. Boa parte da água do córrego está poluída. Hoje, o projeto tem parcerias a RRP Moura, Guardiões do Meio Ambiente e com o Projeto de Educação Ambiental da Escola Classe 5 de Sobradinho.

» Saiba mais: blogsosribeirao.wixsite.com/sosribeirao

Tel: 99983-1207

Educação
A ONG Unipaz foi criada em 1986 e tem como intuito levar uma cultura de paz por meio da educação. A ONG atua em escolas e também promove cursos e palestras para a comunidade.

» Saiba mais: unipazdf.org.br

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