A semifinal da Liga dos Campeões da Europa pode ter até três técnicos alemães. Depois da virada épica do Paris Saint-Germian, de Thomas Tuchel, na quarta-feira, o jovem Julian Nagelsmann, 33 anos — um mês mais novo do que Lionel Messi —, é o segundo representante da escola germânica na próxima fase do “Final Eight” disputado em sede única, Portugal, devido à pandemia do novo coronavírus. Um dos dois estará na decisão do título no Estádio da Luz, em Lisboa, no próximo dia 23.
Assistente de Joachim Löw na conquista do tetra na Copa do Mundo de 2014, no Brasil, Hans-Dieter Flick pode ser o terceiro treinador alemão nas semifinais. Depois de brindar o Bayern de Munique com o oitavo título consecutivo e o bicampeonato da Copa da Alemanha, o discípulo do técnico da seleção precisa domar Lionel Messi, Luis Suárez e Griezmann para avançar às semifinais. O sobrevivente de hoje enfrentará Lyon ou Manchester City.
Em alta, a escola alemã tem, atualmente, o melhor treinador do mundo. Jürgen Klopp conquistou o Fifa The Best em 2019 ao levar o Liverpool aos títulos da Champions League e do Mundial de Clubes da Fifa na temporada passada. Eliminado pelo Atlético de Madrid nas oitavas nesta edição, ele sente-se vingado pelo jovem técnico Julian Nagelsmann — mentor do triunfo de ontem do Red Bull Leipzig, por 2 x 1. Fundado em 2009, o time bancado pela multinacional dos energéticos começou na quinta divisão. Aos 11 anos, é um das melhores da Europa.
O sucesso dos treinadores alemães ameaça as escolas italianas (11 troféus) e espanhola (oito). Dettmar Cramer (2), Ottmar Hitzfeld (2), Jupp Heynckes (2), Udo Lattek e Jürgen Klopp somam, juntos, oito conquistas.
A trajetória de Julian Nagelsmann é a mais surpreendente entre os três. Há quatro anos, ele protagonizava a campanha histórica do Hoffenheim na temporada 2016/2017 da Bundesliga. À época, o treinador tinha 29 anos. Na época, havia chegado ao mês de dezembro invicto na Bundesliga. Fez sucesso usando o sistema 3-5-2. Cruzou a linha de chegada da Bundesliga em quarto lugar, classificou o Hoffenheim para a Liga dos Campeões da Europa e ganhou o prêmio de melhor treinador alemão de 2017.
Nunca antes na história da Champions League, um time da antiga banda oriental da Alemanha havia chegado tão longe. O Red Bull Leipzig está a um jogo da decisão com jogo coletivo e prova incontestável de superação no ataque após a perda de Timo Werner. O artilheiro do time na temporada 2019/2020 com 34 gols e 13 assistências em 45 jogos não está em Portugal porque foi vendido ao Chelsea por R$ 336 milhões.
O clube londrino autorizou Werner a participar do “Final Eight”, mas ele preferiu apresentar-se em Londres. Como Julian Nagelsmann defende o futebol coletivo, a ausência da estrela do time teve pouco impacto no duelo com o Atlético de Madrid. O dinamarquês Yussuf Poulsen herdou a missão de comandar o ataque nesta fase.
A semifinal não será fácil para Neymar e companhia. Julian Nagelsmann lembra Jorge Sampaoli em um quesito: é inquieto no que diz respeito ao sistema tático. Camaleão, muda o time de um jogo para outro e altera a configuração várias vezes na mesma partida. Nesta temporada, ousou escalar dois camisas 9 clássicos — Schick e Poulsen no empate por 0 x 0 com o Wolfsburg, em 7 de março. Ousado, deixou Timo Werner no banco.
O treinador também revolucionou a defesa. Transformou os laterais Halstenberg e Klostermann em zagueiros na linha de três defensores, ao lado de Upamecano. Contra o Atlético de Madrid, apostou no 3-6-1 segundo o site alemão Kicker. Outros portais germânicos definem o sistema que eliminou Diego Simeone como 3-3-3-1. Para sorte de Neymar, Thomas Tuchel conhece muito bem Julian Nagelsmann. Independentemente de quem avançar, a Alemanha já tem um técnico classificado para a decisão no próximo dia 23.
O “Dome” do Bayern
Em tempos de desconfiança com o início trabalho de Domènec Torrent no Flamengo, o comandante do Bayern de Munique, Hans-Dieter Flick, é uma prova de que assistente tem valor e pode dar resultado. O treinador de 55 anos responsável por parar Messi foi auxiliar do vitorioso Joachim Löw na seleção alemã de 2006 a 2014. O elo acabou na vitória por 1 x 0 sobre a Argentina, no Maracanã, na final da Copa.
No ano passado, virou assistente de Niko Kovac no Bayern de Munique. Com a demissão do croata, em novembro do ano passado, ele herdou a prancheta e colocou o time nos trilhos e foi efetivado até o fim da temporada. Satisfeitos com a conquista da Bundesliga e da Copa da Alemanha, o presidente Herbert Hainer e o CEO Karl-Heinz Rummenigge decidiram oferecer contrato até 2023. Sob a batuta dele, o time bávaro tornou-se o segundo mais ofensivo da Europa na comparação entre as sete principais ligas nacionais do Velho Mundo.
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Títulos têm os treinadores alemães na história da Champions League, contra 10 dos espanhóis e 11 dos italianos. Atual melhor do mundo é o alemão Jürgen Klopp, campeão do torneio à frente do Liverpool, em 2019.
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