BRASILEIRÃO

Acadêmicos da CBF

Eles se formaram com o técnico do Vasco, Ramon Menezes, no curso da entidade máxima do futebol brasileiro: saiba o que três profissionais do Distrito Federal dizem sobre o "ramonismo" do colega líder da Série A

Marcos Paulo Lima
postado em 21/08/2020 23:42
 (crédito: Marcos Oliveira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcos Oliveira/CB/D.A Press)

 Líder do Campeonato Brasileiro à frente do Vasco, Ramon Menezes Hubner, de 47 anos, foi colega na sala de aula de, pelo menos, três treinadores radicados no DF que se graduaram com ele no CBF Academy, o curso de formação de técnicos da Confederação Brasileira de Futebol. O Correio conversou com eles na tentativa de decifrar o “ramonismo”, como as ideias do novo dono da prancheta cruz-maltina são chamadas.

Antes de assumir o Vasco, o ex-meia teve experiências no Anápolis-GO, Guarani-MG, Joinville-SC e Tombense-MG. Ídolo do Gigante da Colina como jogador, ganhou o Brasileirão 1997 e a Libertadores 1998.

Ex-técnico do Brasiliense, Marcos Soares era um dos colegas mais próximos de Ramon no curso da CBF. “Ramon foi da minha sala nas licenças A e Pro, mas foi na Pro que nos tornamos mais próximos, inclusive, dividindo uma casa com mais alguns amigos como o Coelho, Osmar Loss, Tiago Kosloski, Fabinho, Rafael Toledo e o Gabriel Magalhães”, lembra.

Marcos Soares aponta o perfil humilde e estudioso de Ramon. “Neste último ano (2019), sentamos o tempo quase todo ao lado um do outro, mais o Tiago Kosloski (um dos auxiliares de Ramon no Vasco). Com certeza, daí se consolidou uma bela amizade. Ramon é um cara daqueles que a gente tem orgulho de conhecer. Apesar de sempre ter os holofotes em cima, ele não deixa, em nenhum momento, ser levado pela vaidade. Trata todos da mesma forma. É humilde ao aprender, gosta de estudar e adquirir conhecimento, além de ter uma índole fantástica”, elogia.

No tempo em que esteve com Ramon, Marcos Soares participou de debates táticos com o amigo. “Claro que tivemos a oportunidade de abordar modelos de jogo ou sistemas táticos, mas não nos aprofundamos em termos das nossas preferências, e sim no que cada um poderia oferecer de positivo ou negativo”, relata.

Rafael Toledo, outro ex-técnico do Brasiliense, também conviveu com Ramon no CBF Academy. “O Ramon é muito acima da média nas questões pessoal e profissional. Uma pessoa diferenciada no trato, no respeito. Não abre mão do profissionalismo. É muito sério. Nas quatro linhas, ele tem a oferecer não só o trabalho de campo, mas a experiência como jogador de alto nível. Passou pela Seleção Brasileira, tem essa bagagem de atleta, e estuda. O Vasco sabe o que está fazendo ao dar essa oportunidade. Sigo o trabalho do Ramon desde que ele era auxiliar”.

Na opinião de Toledo, o estilo do Vasco será moldado por Ramon. “O DNA do Vasco é ofensivo, ele respeitará isso. É um cara competente, identificado com o clube e é ídolo. Espero que a torcida apoie, abrace o Ramon nesse momento em que o Vasco precisa tanto”, prega.

Analista de desempenho com passagem pelo Corinthians, atualmente no Gama, o brasiliense Gabriel Magalhães conviveu com Ramon. “É um cara moderno, estudioso, se dedicava bastante nos treinamentos, nas aulas e vem se aprimorando muito. Sem contar que ele jogou em um nível absurdo. Tem muito conhecimento de vestiário e de jogo. Todas as vezes que troquei ideia com ele, achei muito inteligente. Tem tudo para dar certo”, torce.

Por enquanto, está dando muito certo. O Vasco voltou a liderar o Brasileirão, após 12 anos. Passou o aniversário de 122 anos na ponta. Está a uma vitória de igualar a arrancada de 2012, quando venceu quatro partidas em série na largada da Série A sob a batuta de Cristóvão Borges. O time tem o melhor ataque, ao lado dos concorrentes Atletico-MG e Internacional com sete gols; e a melhor defesa, apenas um sofrido, de pênalti, no triunfo por 2 x 1 sobre o São Paulo. Dois dos quatro artilheiros são cruz-maltinos: Cano e Fellipe Bastos. Quatro meninos da base começam a se firmar entre os profissionais — Ricardo Graça, Henrique, Andrey e Talles Magno. Amanhã, o Vasco defenderaá a liderança contra o Grêmio, em São Januário, pela quinta rodada.

“Apesar de sempre ter os holofotes em cima, ele (Ramon) não deixa em nenhum momento ser levado pela vaidade, trata todos da mesma forma, é humilde ao aprender, gosta de estudar e adquirir mais conhecimento, além de ter uma índole fantástica”

Marcos Soares, ex-técnico do Brasiliense


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Galo e Inter tentam tirar Vasco do topo

 (crédito: Ricardo Duarte/Internacional )
crédito: Ricardo Duarte/Internacional

Belo Horizonte — A quinta rodada do Campeonato Brasileiro terá um duelo direto na briga pela liderança. Após sofrer a primeira derrota sob o comando do técnico Jorge Sampaoli, o Atlético-MG tenta retomar a ponta da competição. Para isso, enfrentará o Internacional, de Eduardo Coudet, no Beira-Rio, às 19h de hoje.

Na quarta-feira, o Atlético foi derrotado por 2 x 1 pelo Botafogo, no Rio de Janeiro. Com isso, caiu para a terceira colocação, com 9 pontos — mesmo número do Inter, que fica uma posição à frente por causa do saldo de gols (cinco contra três). Se vencer, o time mineiro “dorme” na liderança. A primeira colocação é do Vasco. Com um jogo a menos, os cariocas somam, também, 9 pontos, mas, por terem seis gols de saldo, levam a melhor na classificação. O líder recebe o Grêmio, amanhã, às 16h, em São Januário.

A escalação do Atlético para o jogo é uma incógnita. Porém, a expectativa é de que o zagueiro Réver, reserva no revés para o Botafogo, recupere a titularidade no lugar de Igor Rabello. Outra possível alteração é no ataque: Savarino ficou no banco no Rio de Janeiro, mas pode ser acionado por Sampaoli na vaga de Marquinhos ou Keno.

Há grande expectativa quanto à possível participação de Eduardo Sasha. Contratado nesta semana, o atacante de 28 anos, ex-Santos, foi regularizado, treinou duas vezes com o elenco atleticano e pode estrear justamente diante do Internacional, clube que o revelou. Ele admitiu, contudo, que está fora de ritmo e que precisaria de cuidado para evitar algum tipo de contusão logo no começo de sua trajetória pelo Galo.

Para a partida, o Atlético não conta com o meia Nathan, que vinha sendo um de seus destaques, mas se contundiu na coxa esquerda na vitória sobre o Corinthians e só deve retornar em outubro. Descartado por Sampaoli e em negociação com o Santos, o armador Cazares nem viajou. Por outro lado, a surpresa na lista de relacionados pode ser o volante Gustavo Blanco, recuperado de lesão no quadril.

“São dois times que jogam para frente e com marcação alta. Vai ser uma partida bem tensa, que vai resolvida em detalhes. Quem der menos espaço, controlar mais o jogo e tiver mais chances vai sair com a vitória”, projeta o defensor Igor Rabello, que tenta emendar uma sequência de partidas como titular.

Colorado
O Inter ainda tenta se acostumar à ideia de não contar com Paolo Guerrero. Principal referência ofensiva do time, o peruano sofreu lesão no ligamento cruzado do joelho direito e deve voltar a jogar apenas em 2021. Coudet tenta encontrar alternativas. Também sem William Pottker, suspenso, o jovem Yuri Alberto, de 19 anos, é o favorito para formar a dupla de ataque com Thiago Galhardo, que vive boa fase. Outra opção é João Peglow. Nos 3 a 0 sobre o Atlético-GO, o técnico poupou a maioria dos principais colorados.

Fluminense encara tabu na Arena
O Fluminense entra em campo hoje, às 16h, com a missão de encerrar um jejum de vitórias contra o Athletico-PR, na Arena da Baixada, que já dura cinco anos. O time carioca nunca venceu o rival paranaense desde que o gramado sintético foi instalado no estádio. O duelo abre a quinta rodada do Campeonato Brasileiro. O time não ganha no estádio do Athletico desde 2015. Na época do último triunfo, o piso ainda era natural. A tendência é de que não sejam feitas tantas alterações no time, haja visto o momento irregular dos cariocas no Brasileiro. Um dos que pode ganhar oportunidade entre os titulares é Ganso. O meia perdeu espaço e, neste ano, não tem apresentado um bom futebol, tanto que ainda não balançou as redes nem deu assistência para gol.


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