Candangão

Careca de fazer gol

Levantamento do Correio mostra que ninguém tem mais bolas na rede do que Nunes na comparação entre os goleadores de todos os estaduais. Centroavante é o trunfo do Gama para a decisão contra o rival Brasiliense

Marcos Paulo Lima
postado em 25/08/2020 00:23

Aos 37 anos, o paulista Anderson Francisco Nunes é um pai ON campo com a camisa do Gama e OFF fora das quatro linhas: o centroavante Nunes desliga nos dias de folga. Entra no mundo virtual do filho e dedica-se ao Free Fire, o jogo eletrônico preferido do herdeiro. O camisa 9 esquece até de contar os gols na temporada e na carreira. Ontem, o goleador isolado do Candangão com 11 gols tomou um susto ao saber o resultado de um levantamento do Correio: ninguém fez mais gols do que ele na comparação entre os artilheiros dos campeonatos do Distrito Federal e dos outros 26 estados do país. A apuração inclui torneios encerrados, parados ou em andamento.

Nunes supera, por exemplo, Gabriel Barbosa. Matador do país em 2019, o Gabigol levou o Flamengo ao bicampeonato carioca com oito gols. “Sou muito desligado dessas coisas (risos). Minha esposa cobra até para eu saber quantos gols tenho na carreira. Eu tinha um caderninho. Fiquei até de procurar”, diz o desapegado Nunes.

“É uma marca boa para o ego do atacante. Estou sempre brigando, não tem bola perdida. Procuro me posicionar bem para aproveitar as chances. Mas o objetivo maior é ser campeão novamente. Superar esse momento difícil que todos nós estamos passando, e não é segredo para ninguém”, afirma Nunes, referindo-se à chance de brindar o Gama com o 14º título local na decisão contra o Brasiliense em um momento complicadíssimo.

A diretoria alviverde luta para colocar os salários em dia. “No meu caso, e de outros que estão no elenco, desde 2019, são nove meses sem receber. Disse ao presidente (Weber Magalhães) que, em 20 anos de carreira, nunca me dediquei tanto a um clube tendo tanto tempo de salário atrasado.”, emociona-se Nunes.

O temperamento forte deu lugar ao tom pacificador. “Eu, Rodrigo Calaça (goleiro) e o Emerson (zagueiro e capitão) mantemos o equilíbrio. Passamos a nossa experiência, confiança e convencemos os jogadores. Fica difícil cobrar quem está sem dinheiro, conta não espera. Mas tentamos tirar o nosso foco da questão financeira. A zoação com o Gama mexeu muito comigo. Isso me moveu a convencê-los a jogar pela família, pela nossa história”.

Dos 11 gols de Nunes, cinco foram depois da paralisação causada pela pandemia. Ele explica como voltou ao batente mantendo a velha forma. “Tenho muitos equipamentos (de ginástica) e guardo muitos treinos que aprendi com amigos preparadores físicos. Malhei quatro meses direto, às 11h, lá em São Paulo”, revela. Curiosamente, o primeiro jogo da decisão contra o Brasiliense, amanhã, no Mané Garrincha, será às 11h, no clima seco de Brasília.

Revelado naquele Santo André campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2003, Nunes foi campeão da Copa do Brasil contra o Flamengo, em 2004. Ganhou o Catarinense pelo Avaí (2012), a Série D do Brasileirão no Botafogo-SP (2015) e dois títulos candangos por Brasiliense (2017) e Gama (2019).

 

“Sou muito desligado dessas coisas (risos). Minha esposa cobra até para eu saber quantos gols tenho na carreira. Eu tinha um caderninho. Fiquei até de procurar”

Nunes, centroavante

 

Final*
Amanhã
11h - Mané Garrincha
Brasiliense x Gama


Sábado
16h - Bezerrão
Gama x Brasiliense

*Portões fechados

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