Dez meses depois de a Seleção conquistar o tetracampeonato no Mundial Sub-17 na virada por 2 x 1 sobre o México, a geração 2002 começa a acumular milhas no Campeonato Brasileiro. Dos 21 campeões sob a batuta de Guilherme Dalla Déa, cinco jogaram ao menos uma vez na equipe principal em 2020. Alguns eram apostas antes da convocação para o torneio do ano passado. Outros foram vendidos sem debutar entre os adultos.
Eleito melhor jogador do Mundial Sub-17, Gabriel Veron começa a virar talismã do Palmeiras. Vanderlei Luxemburgo usou o atacante nove vezes neste ano, duas delas neste Brasileirão. O atacante teve papel decisivo nas vitórias sobre o Bragantino, no domingo passado, e no clássico de quinta-feira contra o Corinthians, na casa do rival. Fez gol nas duas partidas. Veron acumula 425 minutos em campo. Antes, havia enfrentado Ituano, São Paulo, Oeste, Mirassol, Guarani e Santos pelo Paulistão; e o Tigre na largada alviverde na Libertadores.
Veron é candidato a sucessor de Dudu no coração da torcida. Responsável pela consolidação de Neymar no time profissional do Santos em 2009, o técnico Vanderlei Luxemburgo é cauteloso. Insere o jogador no Palmeiras aos poucos na tentativa de evitar precipitação para não queimar a joia. “O Veron tem um potencial fantástico, mas não é o salvador da pátria. Ele é muito novo, tem muito a acontecer”, pondera o comandante alviverde.
A promessa alviverde fez 18 anos no último dia 3. Ganhou de presente novo contrato com multa rescisória de R$ 377 milhões. Antes, o vínculo era de menor de idade, válido apenas para jogadores de 14 aos 17 anos.
Astro do Brasil no Mundial Sub-17 até sofrer lesão e deixar o torneio, o atacante Talles Magno é um dos campeões mais assediados pelo mercado europeu. O Vasco resiste bravamente na expectativa de fazer o melhor negócio possível. O Liverpool teria sondado o clube carioca. A multa contratual é de R$ 320 milhões. Ofuscado pelo sucesso do centroavante argentino Germán Cano, Talles Magno tem um gol em 17 jogos no ano. Marcou e foi expulso na derrota por 2 x 1 para o Fluminense no clássico carioca pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro.
“Ele vai ter um crescimento. É um jogador com muito talento. Confiamos e esperamos muito desse jogador, mas com calma e paciência ele vai conseguir. É muito criativo, jogador do grande lance, do inesperado. Eu tenho muita confiança de que voltará a render o que esperamos dele”, projeta o técnico cruz-maltino Ramon.
Líder do Brasileirão, o Inter dá espaço aos poucos ao meia João Peglow. O meia participou de seis jogos neste ano, cinco na Série A. São 120 minutos em campo neste ano desde a estreia entre os profissionais no empate colorado por 1 x 1 com o Esportivo pela quinta rodada do segundo turno do Gauchão. Há 10 meses, o garoto de 18 marcou três gols na campanha do tetra da Seleção. Dois deles na estreia contra o Canadá, no Bezerrão.
O técnico Eduardo Coudet segue o protocolo dos colegas Luxemburgo e Ramon na relação com Peglow. “Vou colocar para jogar, mas com calma. Ele tem boa cabeça e vem trabalhando. Não é só jogar bem. A sub-20 e o profissional têm uma grande diferença, o ritmo, a forma de preparação, a pressão, o físico”, argumenta.
Vice-artilheiro do Mundial Sub-17 com cinco gols, o centroavante Kaio Jorge é quem mais tem milhas acumuladas entre os tetracampeões mundiais. Contabiliza 784 minutos em campo no ano sob as batutas de Jesualdo Ferreira e Cuca. Balançou a rede na estreia do Santos na Libertadores deste ano. Fez o gol da vitória por 2 x 1 contra o Defensa y Justicia, na Argentina. Falta desencantar no Brasileirão. Ele ainda não marcou em oito jogos.
Tão cauteloso quanto os colegas, Cuca baixou a bola de quem comparou Kaio Jorge a Gabriel Barbosa. “O Gabigol era um cara rodado, havia atuado em equipes da Europa, jogado diversos campeonatos. Esse é o primeiro Brasileirão do Kaio”, pondera o treinador, que lançou o centroavante no time profissional. “Ele (Cuca) já me conhece, foi ele que me subiu, me deu oportunidade.É continuar trabalhando forte, bem, para continuar tendo essa sequência”, concorda jogador.
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Das idas e vindas ao compasso de espera
Reserva na campanha do tetra da Seleção no Mundial Sub-17, o meia Sandry Roberto estreou no time principal do Santos, em fevereiro, na derrota por 2 x 0 para o Corinthians. Voltou a ser utilizado como titular na partida contra o Novorizontino. O jogador de 17 anos acumula 71 minutos com a camisa do Peixe no ano. Todas as partidas foram pelo Campeonato Paulista. Até o início desta rodada, não havia estreado no Brasileirão.
Há campeões mundiais sub-17 seduzindo o mercado. O lateral-direito Yan Couto debutou, em fevereiro, no time principal do Coritiba. Eduardo Barroca colocou a promessa em campo no lugar de Patrick Vieira na vitória por 2 x 0 sobre o Cianorte. O jogador foi vendido ao Manchester City por 6 milhões de euros.
Diego Rosa participou da campanha do Grêmio no vice-campeonato da Copa São Paulo de Futebol Júnior, mas não estreou no time principal. A diretoria tricolor foi ao limite na tentativa de mantê-lo, mas o meia foi negociado com o City Group por R$ 153,6 milhões. A multinacional administra Manchester City, New York City, Melbourne City, Montevideo City, Lommel, Yokohama Marinos, Troyes, Sichuan Jiuniu e Girona.
Autor do gol do título da Seleção contra o México na final do ano passado, o atacante Lázaro assinou contrato profissional com o Flamengo. Ele treina com o time sub-20, à espera de uma chance no elenco principal. Capitão da esquadra sub-17 no ano passado, o volante Daniel Cabral negocia a renovação do contrato. O acordo expira em 2021. Os dois jogadores dificilmente terão oportunidade neste ano no badalado elenco rubro-negro. (MPL)