RACISMO

Neymar compra uma boa briga

Correio Braziliense
postado em 15/09/2020 00:34
 (crédito: Franck Fife/AFP)
(crédito: Franck Fife/AFP)

Atletas e torcedores brasileiros mostraram solidariedade ao atacante Neymar, que denunciou ter sido vítima de ofensas racistas proferidas por um jogador espanhol durante a partida entre PSG e o Olympique de Marselha, pela terceira rodada do Campeonato Francês, no domingo.

“No esporte, assim como na vida, estamos para inspirar pessoas, para transformar vidas e não há espaço para pessoas que proclamam ódio ou racismo. Que você não se deixe guiar pelo ódio, meu irmão. Seja a paz e a bondade que você carrega na sua alma”, escreveu o são-paulino Daniel Alves, ex-companheiro de Neymar no time parisiense e no Barcelona. “O amor é a única forma de combater o ódio”, acrescentou.

De acordo com imagens da televisão francesa Téléfoot, Neymar informou durante a partida à equipe de arbitragem que estava sendo alvo de insultos racistas, repetindo “Racismo, não!” Enquanto reclamava, o atacante do PSG apontava para o espanhol Álvaro González, zagueiro do Marselha responsável por marcá-lo durante o jogo no estádio Parque dos Príncipes.

Ao final da partida, vencida pelo Marsella por 1 x 0, Neymar foi expulso após acertar um tapa na cabeça de González. Além do atacante brasileiro, outros quatro jogadores receberam cartões vermelhos (dois de cada time).

O PSG emitiu, ontem, uma nota de apoio ao atacante Neymar. “O Paris Saint-Germain apoia fortemente Neymar, que relatou ter sido vítima de insultos racistas de um jogador rival. O PSG conta com a comissão disciplinar da LFP (liga de futebol profissional francesa) para investigar e lançar luz sobre esses eventos”, indica o comunicado do atual campeão da França.

Mais tarde, foi a vez de o Olympique de Marselha defender o zagueiro espanhol Álvaro González, acusado de racismo pelo atacante brasileiro. “Álvaro González não é racista. Ele nos mostrou com seu comportamento todos os dias desde a chegada ao clube, como foi testemunhado por companheiros de equipe”, escreveu o clube em um comunicado, descrevendo a si mesmo como um “símbolo do anti-racismo no esporte profissional francês.”

Os integrantes da comissão independente ficam encarregados de definir por quantas partidas serão suspensos Neymar, Layvin Kurzawa e Leandro Paredes, do PSG, e Darío Benedetto e Jordan Amavi, do Marselha, todos expulsos no final do jogo após uma briga generalizada em campo.
Pela agressão, o atacante brasileiro pode receber até sete partidas de suspensão.

“Preconceito e intolerância são inaceitáveis. Sou negro. Tenho orgulho. O racismo existe, mas temos que dar um basta. Não cabe mais, chega! Aceito minha punição. Espero que o ofensor também seja punido”

Neymar, atacante do PSG


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