LIBERTADORES

Desgosto profundo

Atual campeão é humilhado por 5 x 0 pelo Independiente del Valle. A exibição irreconhecível detona crise no Flamengo e deixa o técnico Domènec Torrent sob pressão no Equador para duelo com Barcelona

Correio Braziliense
postado em 18/09/2020 00:33
 (crédito: Franklin Jacome/AFP)
(crédito: Franklin Jacome/AFP)

Em seu retorno à Libertadores, o Flamengo voltou a apresentar atuação irregular e sofreu, ontem, uma dura derrota na fase de grupos. No primeiro tropeço na competição, os atuais campeões foram goleados pelo Independiente Del Valle pelo contundente placar de 5 x 0, na altitude de 2.850m de Quito, no Equador. O time brasileiro vinha de duas vitórias.

Cauteloso demais na cidade equatoriana, o Flamengo oscilou mais uma vez, como vinha fazendo no Brasileirão. Mais preocupado em se defender do que em atacar ao longo da maior parte do jogo, a equipe brasileira abusou dos erros no meio-campo, falhou na marcação e esqueceu da criatividade e da intensidade que lhe são tão comuns desde o ano passado. Como consequência, fez provavelmente sua pior partida do ano.

Diante destas fragilidades, o Flamengo tornou-se alvo fácil do bem armado Independiente, que vive grande fase na temporada. Desde a retomada do futebol, após a paralisação causada pela pandemia, os equatorianos não perderam. Agora soma dez jogos de invencibilidade, com sete vitórias e três empates, com 25 gols marcados.

Com o tropeço, o Fla figura agora no segundo lugar do Grupo A, com três pontos. Está atrás justamente do rival equatoriano, que soma nove pontos e aproveitamento de 100% até agora. Junior Barranquilla e Barcelona de Guayaquil, os outros dois times da chave, ainda se enfrentariam ontem. Pela quarta rodada do Grupo A, o time rubro-negro enfrentará o Barcelona na terça-feira da próxima semana, em Guayaquil.

Vergonha
Com Diego no meio-campo e sem Bruno Henrique, o Flamengo mostrou no primeiro tempo a mesma cautela com que Domènec Torrent escalou a equipe. A altitude equatoriana, claro, também influiu na postura. Mais concentrado na defesa e no meio-campo, o time carioca propôs pouco jogo na etapa inicial.

Assim, abriu espaço para o time da casa, com mais iniciativa. O Independiente exibia melhor ritmo de jogo, trocava passes com mais facilidade e envolvia o Flamengo. Com o passar do tempo, o domínio foi ficando claro, até que se traduziu em vantagem no placar. Foi aos 39, quando Moisés Caicedo fez linda jogada, com um corta-luz no início do lance, antes de completar para as redes.

Do outro lado, Gerson e Diego faziam partida apática, sem qualquer criatividade. Era evidente a preocupação dos jogadores do Flamengo com o eventual desgaste físico de atuar na altitude. Tolhido, o time brasileiro passou mais tempo assistindo ao rival do que buscando o ataque.

A situação, que já era ruim, se tornou ainda mais difícil no segundo tempo. Domènec até tentou, ao trocar Diego por Bruno Henrique. Mas, antes mesmo do atacante tocar na bola, o Independiente chegava ao segundo gol. Logo aos três minutos, Preciado fez bela jogada, deixando três marcadores para trás e tabelando com Murillo. De fora da área, bateu firme e colocado, no ângulo de César.

A vantagem dos equatorianos foi ampliada nove minutos depois, desta vez com Gabriel Torres. Em um contra-ataque sem reação do Fla, ele investiu pela esquerda, cortou para dentro e caprichou no chute, no canto esquerdo do goleiro brasileiro: 3 x 0.

Numa última tentativa de reduzir o estrago, Domènec mudou o setor ofensivo da equipe brasileira, com Thiago Maia, Michael e Pedro em campo. Não foi o suficiente para sequer conter o ímpeto dos anfitriões.

Aos 35, o Independiente transformou a derrota em goleada num lance sintomático do domínio dos anfitriões. Beder Caicedo iniciou a jogada no meio-campo e, mesmo sem imprimir velocidade, avançou com facilidade pela defesa brasileira e cruzou com tranquilidade para a área. Sánchez surpreendeu a zaga com um toque de calcanhar para as redes.

Antes do apito final, o time da casa ainda teve tempo para anotar o quinto gol, quase em ritmo de treino. Aos 46, Beder Caicedo finalizou de fora da área, sem maior resistência da defesa carioca, e acertou o canto direito de César.


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São Paulo empata graças a dois gols contra

 (crédito: Andre Penner/AFP)
crédito: Andre Penner/AFP

O São Paulo contou com dois gols contra para não perder para o River Plate, ontem, no Morumbi, pela terceira rodada da Libertadores. O time brasileiro abriu o placar no início do jogo, levou a virada e buscou o empate por 2 x 2 no fim. O Grupo D segue embolado após três rodadas: a LDU abriu vantagem na ponta, com seis pontos, enquanto São Paulo e River estão com quatro e o Binacional tem três.

O São Paulo permanece invicto contra times argentinos no Morumbi. São agora, 12 partidas disputadas diante dos “hermanos” no estádio, com dez vitórias e dois empates. Mas o resultado desta quinta-feira não é para ser comemorado, ainda mais porque a equipe terá pela frente a LDU e a altitude de 2.850m acima do nível do mar na próxima rodada.

O São Paulo começou melhor na partida e não demorou para abrir o placar. Aos nove minutos, Igor Gomes inverteu para Reinaldo, que chutou de primeira. A bola desviou em Enzo Pérez e entrou.

O gol parece ter deixado o São Paulo “relaxado”. A equipe parou de pressionar e viu o River crescer na partida até o time argentino empatar, aos 17. Após boa troca de passes que envolveu a defesa são-paulina, Borré recebeu sozinho para empurrar para o fundo da rede.

No segundo tempo, o River voltou ainda melhor. O adversário virou o jogo com Julián Álvarez, que aproveitou bobeira defensiva na cobrança de córner.

Praticamente no lance seguinte, o São Paulo empatou, e novamente com gol contra: Reinaldo cruzou para Brenner, Armani cortou e a bola bateu em Angileri e entrou no fundo do barbante.

Diniz, então, resolveu fazer duas substituições para buscar a vitória. A entrada de Toró e Paulinho Bóia, porém, não foi suficiente para o São Paulo conquistar os três pontos no Morumbi.


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