Demitido do Botafogo ontem, Paulo Autuori é o nono técnico desligado do Campeonato Brasileiro. No mesmo dia, o clube anunciou Bruno Lazaroni como substituto. Ele é filho de Sebastião Lazaroni, técnico da Seleção na Copa do Mundo de 1990, na Itália. A estreia será no clássico contra o Fluminense no domingo. O Glorioso também comunicou a contratação do brasiliense Tulio Lustosa para o cargo de gerente de futebol. Dias antes, Thiago Larghi havia deixado o comando do Goiás. Se a dinâmica continuar neste ritmo, a antiga e questionada dança das cadeiras entre os treinadores ainda terá muita música para tocar no futebol brasileiro. O Nacional está na 12ª rodada, ou seja, apenas um terço dos jogos foram disputados até o momento.
A dinâmica rotativa e comum nos gramados brasileiros parece estar sendo exportada para o futebol alemão. Foi necessário apenas duas rodadas da organizada Bundesliga para dois clubes trocarem os treinadores. O Mainz desligou o técnico Achim Beierlorzer. O Schalke 04 mandou David Wagner embora. Mas a conduta não é tão recente no país. Na liga alemã de 2016/2017, sete dos 18 treinadores caíram nas 16 rodadas iniciais.
Paulo Autuori deixou o comando do Botafogo após a derrota para o Bahia, por 2 x 1, resultado que colocou o clube na penúltima posição do Brasileirão. “Está na hora de proceder mudanças, sem qualquer tipo de constrangimentos”, disse. “Uma coisa é ser persistente; outra, é ser teimoso”, completou o agora ex-técnico. Quando não pensava mais em assumir o papel de chefe da prancheta, Autuori aceitou o convite para substituir Alberto Valentim, em fevereiro, como forma de gratidão ao clube. No posto, foi crítico ao retorno do futebol carioca em meio à pandemia de covid-19 e ajudou o time a se classificar para as oitavas de final da Copa do Brasil.
Retrospecto
Em 23 partidas, Autuori somou seis vitórias, 13 empates e quatro derrotas à frente do Botafogo. O número elevado da igualdade no placar fez o Botafogo somar apenas 11 pontos em 12 jogos e encarar o incômodo Z-4. O auxiliar Renê Weber também deixa a função no clube.
Mas nem todos conseguem tempo hábil para implementar o trabalho proposto. Thiago Larghi que o diga. O treinador de 40 anos assumiu o Goiás no lugar de Ney Franco, que já havia sido demitido após o começo do Brasileirão. No comando da equipe, Thiago Larghi amargou três derrotas nas primeiras partidas, que foram seguidas por dois empates e uma vitória contra o então líder Internacional. Ele ficou exatos 38 dias no cargo. O substituto é Ederson Moreira, que retorna ao comando do Esmeraldino. O último trabalho dele foi na Série B à frente do Cruzeiro. O time celeste deixou uma posição da zona de rebaixamento para a terceira divisão.
Ao todo, oito times trocaram de treinadores desde o começo do Campeonato Brasileiro, em 8 de agosto. Por muito pouco, Jesualdo Ferreira não foi incluído na conta. A demissão do português do comando do Santos três dias antes da estreia da equipe no torneio dava uma prova do que estava por vir.
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O entra-e-sai na Série A
Paulo Autuori — Botafogo
No cargo desde fevereiro, foi demitido após 12 rodadas, com o clube na zona de rebaixamento. De acordo com nota divulgada pelo time, Bruno Lazaroni assume o alvinegro no clássico contra o Fluminense, domingo.
Tiago Nunes — Corinthians
Vinha bastante pressionado e caiu após a derrota para o Palmeiras, em casa, pela nona rodada do Campeonato Brasileiro. Em 26 jogos, somou nove vitórias, 10 empates e sete derrotas. Coelho segue interino.
Roger Machado — Bahia
À frente do clube desde 2019, enfrentou início ruim. A derrota para o Flamengo, por 5 x 3, na 7ª rodada, decretou o fim do trabalho, que totalizou 74 jogos: 30 vitórias, 22 empates e 22 derrotas. Mano Menezes asumiu.
Felipe Conceição — Bragantino
Assumiu em janeiro, mas não repetiu o bom desempenho do Paulistão no Brasileirão. A queda ocorreu após a derrota para o Fortaleza, por 3 x 0, na sexta rodada. Maurício Barbieri assumiu o time bancado pela Red Bull.
Dorival Júnior — Athletico-PR
Não resistiu às quatro derrotas seguidas para Santos (3 x 1), Palmeiras (1 x 0), Fluminense (1 x 0) e São Paulo (1 x 0). Ficou fora na maioria dos jogos porque estava infectado pela covid-19. Eduardo Barros segue interino.
Daniel Paulista — Sport
Comandou o time de fevereiro a agosto. A derrota para o São Paulo, por 1 x 0, na 5ª rodada, quando o clube já estava na zona de rebaixamento motivou a demissão.
Eduardo Barroca — Coritiba
Quatro derrotas consecutivas nas primeiras rodadas tornaram a situação do técnico insustentável. Campeão mundial com a Seleção Brasileira em 1994, o ex-lateral Jorginho tenta dar um jeito no Coxa.
Ney Franco — Goiás
Deixou o time após derrota para o Fortaleza, em casa, por 3 x 1, na terceira rodada. O diretor de futebol Túlio Lustosa acabou desligado na mesma leva que o treinador.
Thiago Larghi — Goiás
O segundo técnico do clube no Brasileirão durou apenas seis jogos no cargo. Ficou exatos 38 dias no trabalho e saiu com três derrotas iniciais, depois dois empates e uma vitória, essa contra o então líder Internacional.