BRASILEIRÃO

A vida como ela é

Sucesso de Jorge Jesus no Brasil é raro. Compatriotas do novo técnico do Vasco, Ricado Sá Pinto, os portugueses Paulo Bento e Sérgio Vieira tiveram passagem relâmpago pelo país à frente de times da primeira divisão

Marcos Paulo Lima
postado em 15/10/2020 00:25 / atualizado em 15/10/2020 00:25

O atual campeão do Brasileirão e da Libertadores é português: Jorge Jesus, ex-Flamengo. Os técnicos da Colômbia, Carlos Queiroz; e da Venezuela, José Peseiro, são lusitanos. Chegou a vez de o Vasco honrar os laços com a terrinha e aderir à moda. Setenta e quatro anos depois, o clube de São Januário voltará a ser comandado por um profissional nascido na pátria de Camões. Ricardo Sá Pinto foi oficializado, ontem, sucessor de Ramon Menezes.

A invasão portuguesa no Brasil não é um processo recente. A contar de 2016, Ricardo Sá Pinto é o quarto português contratado por time de ponta do país. A sequência começou com Cruzeiro e Athletico-PR. O time mineiro investiu em Paulo Bento. O técnico de Portugal na Copa do Mundo de 2014 passou rapidamente pela Toca da Raposa. Trabalhou 17 jogos no time celeste e perdeu o cargo com 41,2% de aproveitamento.

Sérgio Vieira comandou o Athletico-PR por 10 jogos no Brasileirão de 2016. O aproveitamento de 30% não serviu para mantê-lo no cargo. Muito menos a vasta experiência no país. O treinador também trabalhou no Guaratinguetá, Ferroviária, América-MG e São Bento.

A contratação de Ricardo Sá Pinto pelo Vasco é reflexo do sucesso de Jorge Jesus, mas também obra do acaso. O ex-técnico do Flamengo empilhou cinco títulos em 13 meses no Flamengo e escancarou as portas do Brasil aos compatriotas. De quebra, o Brasileirão é liderado por três gringos: os argentinos Jorge Sampaoli (Atlético-MG) e Eduardo Coudet (Internacional) e o espanhol Domênec Torrent (Flamengo). Curiosamente, o Vasco havia sido o primeiro clube brasileiro a tentar importar o técnico Jorge Jesus para o Brasil, mas fracassou na negociação.

Dorival Júnior e Luiz Felipe Scolari eram os preferidos do vice de futebol cruz-maltino, José Luis Moreira, mas ambos disseram não. Antes de virar treinador, Ricardo Sá Pinto era centroavante. Nascido no Porto, fez sucesso no Sporting. Ganhou quatro títulos, entre eles, o Português na temporada 2001/2002. Era o camisa 10 do time que contava com os brasileiros André Cruz, César Prates, Jardel — artilheiro isolado da liga lusitana com 42 gols. Amigo do melhor do mundo de 2001, Luís Figo, chegou a ter a contratação colocada como condição para o parceiro trocar o Barcelona pelo Real Madrid, em 2000. Florentino Pérez ignorou o pedido, mas Figo fechou com o clube.

Trajetória
O melhor resultado de Ricardo Pinto Sá como treinador foi o título da Copa da Bélgica em 2017/2018. O Standard Liège derrotou o Genk por 1 x 0 na final. Antes, ele havia sido vice-campeão da Taça de Portugal à frente do Sporting. Perdeu o troféu para o Acadêmica de Coimbra. Brilhou, também, ao classificar o Sporting para as semifinais da Liga Europa, em 2012. Nas quartas, desbancou o Manchester City, de Roberto Mancini.

Apresentado com uma camisa do Vasco com o nome de Romário, mandou recado para a torcida do clube. Estou muito orgulhoso e muito honrado de ser o vosso treinador. “Eu e minha equipe técnica estamos muito confiantes no trabalho que vamos desenvolver. Sabemos que a situação não é ideal, é de grande responsabilidade, mas também é nas dificuldades que se criam grandes oportunidades. Conto com vosso apoio e vosso carinho. Já sabem: lutar, lutar, pela vitória. Um grande abraço a todos”, despediu-se.

“Sabemos que a situação não é ideal, é de grande responsabilidade, mas é nas dificuldades que se criam grandes oportunidades”

Ricardo Sá Pinto, novo técnico do Vasco

Sergio Vieira
Athletico-PR (2016)
30% de aproveitamento
Título: nenhum


Paulo Bento
Cruzeiro (2016)
41,2% de aproveitamento
Título: nenhum


Jorge Jesus
Flamengo (2019-2020)
81,6% de aproveitamento
Títulos: Brasileiro, Libertadores, Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana e Carioca

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