O Comitê Olímpico do Brasil (COB) distribuirá de forma direta R$ 150 milhões dos recursos ordinários da Lei 13.756 (Lei das Loterias) às Confederações Brasileiras Olímpicas em 2021. O anúncio foi realizado ontem aos representantes de cada uma das 34 entidades contempladas (o futebol é a exceção na lista). Trata-se de um aumento de 25% em relação a 2020 e do maior valor para investimento nas modalidades desde 2001, quando a lei foi criada.
“A descentralização dos recursos vem sendo uma marca da nossa gestão à frente do COB. Os valores repassados têm sido maiores a cada ano, confirmando o bom trabalho realizado pelas confederações. A aplicação adequada desta verba garante melhores resultados para as entidades e, por consequência, aumentam as chances de receberem um volume superior nos próximos anos”, afirmou o presidente do COB, Paulo Wanderley.
O repasse dos recursos das Loterias para as modalidades esportivas está baseado nos mesmos 12 critérios adotados em 2020, sendo 10 esportivos e dois de gestão. Porém, tendo em vista que a pandemia do novo coronavírus alterou o calendário esportivo mundial e o planejamento das modalidades olímpicas, duas sugestões foram propostas para evitar possíveis prejuízos às entidades.
No critério “prestação de contas”, será considerada a melhor nota dos últimos dois anos (períodos selecionados: 1/10/2018 a 30/9/2019 e 1/10/2019 a 30/9/2020). Na área esportiva, a opção foi pela nota de 2019, tendo em vista o cancelamento da maioria das competições em 2020. Neste caso, apesar de serem considerados os resultados alcançados até 30 de setembro, abriu-se a possibilidade da inclusão dos resultados obtidos entre outubro e dezembro de 2019.
Os esportes incluídos no programa olímpico dos Jogos de Tóquio (beisebol/softbol, escalada esportiva, caratê, skate e surfe), que vinham recebendo o recurso ordinário com base no piso para cada confederação, agora serão incluídos nos 12 critérios que definem o repasse por mérito.
“Ajustes foram necessários por se tratar de um ano atípico, mas mantivemos a coerência e, principalmente, a transparência. Seguimos reconhecendo o trabalho das confederações que estão apresentando grandes resultados nas áreas esportiva e administrativa. E, assim, esperamos ter um Movimento Olímpico brasileiro cada vez mais efetivo e vencedor”, disse Paulo Wanderley.
Antes de ser apresentada aos presidentes, a proposta de descentralização dos recursos ordinários foi aprovada pelo Conselho de Administração do COB.
A este recurso se somam diversos investimentos diretos do COB: preparação das equipes olímpicas, ciências do esporte e saúde, educação via Instituto Olímpico Brasileiro e prevenção ao doping, desenvolvimento esportivo no esporte de base, organização de missões (Tóquio-2020 e Jogos Pan-Americanos Júnior Cali-2021), entre outras. A proposta do COB para 2021 ainda será submetida à aprovação.
Recursos
Saiba quanto cada esporte olímpico
receberá da Lei das Loterias (em R$)
Atletismo5.865.449,24
Badminton 3.392.978,61
Basquete3.754.193,81
Beisebol e Softbol2.994.693,59
Boxe6.666.329,72
Canoagem5.965.164,18
Caratê4.262.538,83
Ciclismo3.773.159,76
Desportos Aquáticos 5.188.853,23
Desportos na Neve 3.317.976,88
Desportos no Gelo 3.274.441,40
Escalada Esportiva 2.958.485,86
Esgrima 4.810.970,98
Ginástica 7.198.238,50
Golfe3.311.942,26
Handebol3.635.656,60
Hipismo3.768.849,32
Hóquei sobre Grama 3.174.870,15
Judô7.504.998,42
Levantamento de Pesos 4.026.613,86
Pentatlo Moderno3.363.667,59
Remo3.392.547,56
Rugby 3.219.698,76
Skate 4.328.632,30
Surfe4.407.513,42
Tae kwon do 5.295.321,19
Tênis4.002.906,42
Tênis de Mesa 3.817.126,29
Tiro com Arco 3.166.680,30
Tiro Esportivo5.115.000,95
Triatlo 3.377.892,05
Vela6.407.272,04
Vôlei7.471.089,60
Wrestling3.788.246,32
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