BRASILEIRÃO

Vexames da velha...

Rio de Janeiro vê Vasco e Botafogo cada vez mais atolados na zona de rebaixamento e pode testemunhar queda inédita de dois times cariocas na mesma temporada para a segunda divisão

Correio Braziliense
postado em 27/12/2020 23:05
 (crédito: Reinaldo Reginato/Futura Press)
(crédito: Reinaldo Reginato/Futura Press)

A ex e a atual capital do Brasil amargam crise no futebol. Centro político do país de 1763 a 1960, o Rio de Janeiro vê Vasco e Botafogo juntos flertando com o rebaixamento para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. A situação piorou na 27ª rodada da Série A. O time cruz-maltino perdeu para o Athletico-PR, na Arena da Baixada, em Curitiba, e continua encabeçando o Z-4. O Botafogo foi derrotado pelo Corinthians, no Nilton Santos. O Glorioso ocupa a vice-lanterna. Só está à frente do Goiás. O Distrito Federal também passou vexame. Última esperança da cidade na Série D, o Brasiliense deu adeus ao torneio goleado pelo Mirassol-SP por 5 x 2 no placar agregado das oitavas de final. A vitória de ontem, por 2 x 1, no Serejão, tornou-se inútil. O time paulista havia goleado por 4 x 0 no duelo de ida. O Gama deu adeus ao torneio na segunda fase.

O Rio de Janeiro pode testemunhar a primeira queda de dois cariocas para a segunda divisão. Por sinal, quase aconteceu em 2013. Fluminense e Vasco foram rebaixados em campo. No entanto, o tricolor carioca escapou devido ao imbróglio envolvendo a Portuguesa. A Lusa escalou o meia brasiliense Heverton irregularmente, foi punida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), e o time das Laranjeiras, mantido na primeira divisão.

A situação do Botafogo é a mais delicada. Rebaixado em 2002 e 2014, o alvinegro está cinco pontos atrás do Bahia, o primeiro time fora do Z-4. No entanto, o número de vitórias, um dos quesitos de desempate, é apenas quatro contra oito do tricolor. O desespero bateu de vez no elenco. “Parece que, quando a gente perde a bola, vira as costas e desiste. Se ficar com essa mania, a gente vai tomar (gol) sempre. Não tem jogada perdida. Parar com falta. Importante é não desistir. Espero que, no próximo jogo, a gente não tenha mais essa atitude”, desabafou o zagueiro Marcelo Benevenuto, irritado com facilidade dos gols do Corinthians marcados por Cazares e Matheus Vital.

O técnico Eduardo Barroca tenta manter o otimismo. “Entendo que o campeonato vai ser definido no final, temos que entregar nosso melhor a cada jogo e pontuar para sair o mais rápido dessa zona. A gente precisa cobrar internamente para entregar um jogo melhor contra o Athletico-PR”, defendeu o treinador.

Rebaixado em 2008, 2013 e 2015, o Vasco tem o quarto rebaixamento. Ontem, o time perdeu para o Athletico-PR por 3 x 0, na Arena da Baixada, em Curitiba, sem dar o mínimo sinal de reação sob o comando do técnico português Ricardo Sá Pinto. Dois gols de Carlos Eduardo e um de Nikão decretaram o triunfo do Furacão.

O zagueiro Leandro Castán foi um dos poucos a falar depois do vexame em Curitiba. “Sabíamos que era importante não tomar gol no início. Sofremos, tentamos jogar e não conseguimos. Agora, é tentar levantar a cabeça. Sabemos da responsabilidade. Sabemos o que temos que fazer, mas o tempo está acabando. Temos que começar a fazer rápido”, reconheceu o beque cruzmaltino.

O Vasco tem um jogo a menos contra o Palmeiras, adiado da primeira rodada. Em tese, a vitória, nesse jogo, tiraria o time do

Z-4 e colocaria o Bahia na zona. Ontem, parte da torcida exigia a demissão do técnico Ricardo Sá Pinto, que, ontem, cumpriu suspensão. O auxiliar Rui Mota admitiu a pressão. “Quando o time não ganha, somos os primeiros responsáveis. É normal que seja assim. Vamos trabalhar. É isso que vamos fazer”, afirmou.



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…e da nova capital

Distrito Federal só terá representantes na Série D em 2021 pela oitava temporada consecutiva.Brasiliense é eliminado da quarta divisão por 5 x 2 pelo Mirassol-SP no placar agregado das oitavas

 (crédito: Alan RonesDescription)
crédito: Alan RonesDescription

O futebol do Distrito Federal não terá representantes na Série C do Campeonato Brasileiro pelo oitavo ano consecutivo. Último clube da cidade a figurar na terceira divisão em 2013, o Brasiliense era a última esperança de acesso da capital do país em 2020, mas foi varrido da Série D pelo Mirassol por 5 x 2 no placar agregado. Na melhor da hipóteses, o “quadrado” só voltará à Série A em 2024. Para isso, Gama ou Brasiliense precisam enfileirar, a partir do ano que vem, três acessos consecutivos sem precedentes em 2021, 2022 e 2023.

A vitória de ontem por 2 x 1 no jogo de volta, no Serejão, em Taguatinga, com gols de Zé Love, foi inútil na soma dos resultados. Antes, o Gama havia sido despachado pelo Goianésia na segunda fase. Resta aos times do quadrado nesta temporada a disputa da Copa Verde, de 20 de janeiro a 24 de fevereiro.

O sentimento de desperdício é grande neste ano pelo seguinte motivo: o Brasiliense fez a melhor campanha da fase de grupos entre os 64 times da quarta divisão; e o Gama, a segunda. Desempenhos enganosos. O atual bicampeão do DF deu adeus contra o Goianésia. Vice local em 2019 e 2020, o Brasiliense caiu pela quinta vez na história contra times paulistas em mata-matas. Corinthians, Santos, Guarani, Oeste e Mirassol são os carrascos. A última vez que a capital esteve perto do acesso foi em 2014. O Brasil-RS eliminou o Brasiliense nos pênaltis.

O DF ostenta o Mané Garrincha, estádio mais caro da Copa de 2014 e com a segunda maior capacidade de público do país, atrás apenas do Maracanã, mas não disputa a Série C desde 2013. O Brasiliense foi o último representante da capital na terceira divisão. Rebaixado naquele ano, acostumou-se a disputar a D. Essa é a terceira queda seguida no mata-mata. Antes, deu adeus contra Campinense-PB (2018) e Vitória-ES (2019).

Se o futebol masculino vai de mal a pior, o feminino é o orgulho da cidade. O Minas Brasília escapou do rebaixamento e permanecerá na Série A1 do Campeonato Brasileiro em 2021. Além disso, ganhou a companhia do Real Brasília, semifinalista da Série A2. É a primeira vez desde 1979 que a cidade terá mais de um clube na elite de uma competição nacional de futebol.


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